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Uma geléia geral a partir do cinema

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Uma confusão provocada pelo release da distribuidora me induziu ao erro. Xeque-Mate, que estréia amanhã, não foi dirigido por Jason Smilovic. O criador da série Karen Sisco, que nunca vi - nem as meninas do Telejornal, do Estado, se lembravam dela - escreveu o roteiro (em 1997!), mas quem dirigiu foi Paul McGuigan. Insisto em não falar nada porque acho que é muito legal chegar de mente virgem ao cinema, para curtir todas as reviravoltas do roteiro do Smilovic.Uma pista, coisa de cinéfilo, é a referência que ele faz a Intriga Internacional, de Alfred Hitchcock, lembrando que o personagem com o qual Cary Grant era confundido não existia. Era só um nome, aquilo que o mestre chamava de 'McGuffin', a pista falsa. Isso deve ajudar a manter os cinéfilos de olhos bem abertos, mas também serve como material para outra reflexão. Durante muito tempo se discutiu, na imprensa, quem seria o autor de Cidadão Kane, o roteirista Herman Mankiewicz ou o ator e diretor Orson Welles? É Welles, claro, mas vale lembrar o caso porque você também poderá se perguntar quem, aqui, é o autor de Xeque-Mate, o roteirista ou o diretor? Smilovic criou um engenhoso roteiro, cuja essência pode ser resumida em três perguntas básicas do cinema: o que mostrar? quando mostrar? como mostrar? McGuigan aceitou o desafio e fez as coisas no tempo certo (aquela história do relógio, no fim, não é fortuita). Nasceram um para o outro, mas o filme é um construção dramática de McGuigan, a partir do material de Smilovic. McGuigan é o autor, portanto.

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