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Uma geléia geral a partir do cinema

Ozon decepciona

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

BERLIM - Estamos aqui a menos de uma hora do inicio da cerimonia de premiacao da Berlinale de 2007. Mais um pouquinho e saberemos quem ganhou o Urso de Ouro. Assisti hoje de manhah ao ultimo concorrente - Angel, o primeiro filme em lingua inglesa de Francois Ozon, que serah distribuido no Brasil pela Imovision. Gosto do diretor, mas nao deste filme de epoca, que oferece uma especie de contraponto a La Mome, sobre Edith Piaf, que inaugurou o festival. Marion Cottilard, como Piaf, cantava Je Ne Regrette Rien e nos ensinava que, na vida, a gente nao cresce sem errar e que o erro faz parte do nosso aprendizado. A escritora de Angel eh uma pobretona que consegue ascender socialmente na Inglaterra, na virada do seculo passado, escrevendo literatura cor-de-rosa. Casa-se com um arista depressivo que, naturalmente, nao faz o menor sucesso (ou vai fazer soh depois de morto). A heroina cria para si mesma um universo kitsch, como se fosse um de seus livros, e termina por destruir todos ao redor, incluindo a si mesma. No final, ela, ao contrario de Piaf, nao aprende nada, lamenta tudo e se pergunta se nao terah vivido a vida errada. Angel nao eh bom, mas permite uma observacao que eu ainda vou ter de desenvolver com mais calma, ou profundidade. No conjunto, a Berlinale deste ano nao fez justica aa reputacao de festival mais politizado do mundo, investindo tanto no melodrama, que, depois de ver mais esse, o do Ozon, eu estou tentado a reformular o que escrevi sobre Deserto Feliz, de Paulo Caldas. Vamos ver o que escolheu o jurih presidido por Paul Schrader.

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