Foto do(a) blog

Uma geléia geral a partir do cinema

Oscar, pelos leitores do 'Estado'

PUBLICIDADE

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Na enquete promovido pelo portal do Estadão para apontar o preferido dos leitores do jornal como candidato ao Oscar de melhor filme estrangeiro, na reunião que se realiza amanhã à tarde, em Brasília, o grande vencedor, com mais de 30% dos votos, foi Zuzu Angel, de Sérgio Rezende. Na própria redação, outra enquete com os jornalistas formadores de opinião do Caderno 2 apontou Cinema, Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes, como o filme que a comissão formada pela secretaria do Audiovisual deveria indicar para pleitear uma vaga no prêmio da Academia de Hollywood. Cinema, Aspirinas e Urubus foi terceiro na votação do público, com 16,7% dos votos e, como segundo, foi escolhido O Maior Amor do Mundo, de Cacá Diegues, com 17,5% dos votos. Tirando o fato de que houve um problema qualquer e foram 14 e não 13 os inscritos, como foi anunciado anteriormente - o filme que nem chegou a ser colocado em votação no portal por não constar da lista inicial da secretaria foi Árido Movie, de Lírio Ferreira -, o resultado da pesquisa foi muito interessante. O público votou num filme digno, bem-feito, com pelo menos uma cena genial, a do encontro de Zuzu com o pai de Lamarca. Foi uma escolha, digamos, 'clássica', de um filme que representa, no panorama do cinema brasileiro, um tipo de cinema 'industrial' sem as facilidades das concessões televisivas. A questão é que a categoria de melhor filme estrangeiro tem contemplado filmes como Terra de Ninguém, de Denis Tanovic, em detrimento de candidaturas que pareciam imbatíveis, como a de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, de Jean-Pierre Jeunet. A comissão poderia e até deveria ousar mais e, neste caso, o melhor filme entre os inscritos, o mais ousado, o mais inovador, aquele que realmente dialoga com o cinema de raiz, é Cinema, Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes. Tudo bem se Zuzu for indicado. Não será o meu candidato, mas eu adoraria ser surpreendido por uma eventual colocação do filme, se passar por esta primeira prova, entre os cinco finalistas. Mas ficaria muito mais feliz, e me sentiria melhor representado, por Cinema, Aspirinas e Urubus, esse belo filme que reiventa, simultaneamente, o Cinema Novo e o road movie, gênero tão americano, mas que na verdade é universal, é nosso, é brasileiro e bem poderia pavimentar nossa caminhada no Oscar.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.