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Uma geléia geral a partir do cinema

Os ventos uivantes de Paulínia

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Bailei na curva e, não sei por que cargas d'água, achei que o Festival de Paulínia começava ontem, mas o filme de abertura, 'Corações Sujos', que Vicente Amorim adaptou do livro de Fernando Morais, passou na quinta. Encontrei alguns amigos na sessão de 'Harry Potter' que haviam ido a Paulínia na noite anterior e não gostaram muito, mas foram respeitosos, não vendo motivo nenhum para o achincalhe que marcou a exibição daquele filme de Diler Trindade com Lucélia Santos, que não vi até hoje e não porque esteja fugindo. Já vi tanta coisa ruim, ambiciosa, de autor, que um filme ruim de vocação comercial não há de me assustar. Ah, os coleguinhas. Não creio que Paulo Emílio Salles Gomes, por pior que fosse o filme, pudesse ter o que me foi descrito como reação histérica. Mas confesso que peguei bode de Paulínia. Aquele cinema, daquele tamanho, aquela plateia (a de 'críticos') me pareceram na justa medida um do outro. Não estou acompanhando o festival, mas uma seleção que tem Selton Mello e Cláudio Assis já me parece bem interessante. Continuo cheio de expectativa por 'Corações Sujos' e vou lamentar se Vicente Amorim tiver errado a mão, porque o potencial da história me parece muito rico. Tenho ido a Paulínia algumas vezes, para exibições e eventos pontuais, mas nunca para o festival. Gostaria de ter visto o filme de Selton, ontem, mas oportunidade não há de me faltar para conferir 'O Palhaço', com o qual o ator e diretor persegue a terceira via para o cinema brasileiro. Tem de haver um caminho do meio, entre o blockbuster e o filme miúra. Pretendo, se estiver melhor, ir para o final, para os filmes de Cláudio Assis e Marcos Paulo, mas no meu estágio de recuperação aquele cinema, naquele descampado, me assusta. Corre um vento naquele lugar que eu temo sair direto de alguma sessão de novo para a UTI.

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