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Uma geléia geral a partir do cinema

Oriente Desconhecido

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Estou saindo para uma cabine, mas quero já deixar um primeiro post sobre a mostra Oriente Desconhecido, que começa hoje no CCBB, mostrando 12 filmes asiáticos, nove em película. São filmes que não se enquadram bem nos estereótipos de ação que tornaram o cinema da China e da Coréia tão atraentes para o público ocidental. Aventuras de artes marciais, filmes de gêneros, de sabre ou thrillers (principalmente). Prometo falar mais, depois, mas existem dois autores que me encantam nesse ciclo, Hou Hsiao-hsien, de Taiwan, com dois filmes, 'Millenium Mambo' e 'Three Times', e o tailandês Apichatpong Weerasethakul. Gosto dos dois filmes do Hou, mas o segundo me parece ainda mais fascinante por contar, com progressão dramática, três histórias que se passam em diferentes épocas, interpretadas pelos mesmos atores. Adorei o filme quando o vi em Cannes e, depois, sinceramente não me lembro se passou na Mostra de São Paulo. Apichatpong Weerasethakul fez vários filmes, e a mostra Oriente Desonhecido exibe três, entre eles 'Mal dos Trópicos', que é um dos mais enigmáticos que conheço. Começa como a história de um par gay e prossegue, de repente, com aquele caçador na selva, perseguindo o - ou sendo perseguido pelo - tigre. Fiquei muito desconcertado na primeira vez que vi o filme. A caçada é metáfora do homossexualismo? O homem como predador amoroso, dois homens então... O mais bacana no filme é a floresta. Lembro-me de Weerasethakul em Cannes, dizendo que a floresta pode ser tão bela e misteriosa quanto Brad Pitt. Humm... O filme ganhou o prêmio do júri, no ano em que o presidente Quentin Tarantino atribuiu a Palma de Ouro a 'Fahrenheit 11 de Setembro'. Felipe Brida me pede uma opinião sobre Michael Moore. Daqui a pouco, e daí talvez eu fale mais sobre o filme do Weerasethakul.

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