PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Uma geléia geral a partir do cinema

O que Lázaro Ramos filma na Cinelândia?

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

RIO - Olá, cá estou de volta à Cidade Maravilhosa pelo terceiro fim de semana consecutivo, e o primeiro sem chuva.  Cheguei na sexta à tarde e meio que fiquei desligado do blog porque queria ver uns programas do É Tudo Verdade e também tinha matérias para redigir, no próprio dia, para a edição de domingo do 'Caderno 2'. A TV - o Eurochannel - exibe hoje 'O Dia da Saia', La Journée de La Jupe, de Jean-Paul Lilienfeld, com Isabelle Adjani. O filme sobre a professora que pega em armas contra seus alunos valeu à atriz, em janeiro, o Lumière, o prêmio da crítica estrangeira na França, e eu estava lá quando ela o recebeu. No começo de março,  Isabelle recebeu também o César, o Oscar francês. Foi o quarto da carreira dela e eu conversei pelo telefone com o diretor sobre seu filme tão polêmico, que desagradou em Berlim, no ano passado, mas acirrou um debate muito forte na França, ganhando elogios à esquerda e à direita. O curioso é que, na Berlinale, a esquerda acusava Lilienfeld - ou será Lilienfield? Me deu agora um branco - de haver feito um filme de direita, e vice-versa. Estou aqui porque viemos, um grupo de amigos, assistir à estreia do infantil de Gabriel Villela com Luana Piovani, 'O Soldadinho e a Bailarina', adaptado de 'O Soldadinho de Chumbo', de Hans Christian Anderson. Meu amigo Dib Carneiro viu ontem à tarde - eu vou ver hoje - e achou deslumbrante. Disse que Gabriel conseguiu fazer o crossover das idades. As crianças encantaram-se, seus pais choravam. E a Luana, ex-Mulher Invisível,  está muito 'visível', carnal e boa atriz como nunca, diz o Dib. Estou louco para conferir. Ontem fui ao cinema e vi também - foram dois filmes - 'Zona Verde', o novo Paul Greengrass, com Matt Damon. A parceria entre ambos é boa, mas eu confesso que prefiro 'Bourne'. Ver Matt Damon bancando o herói sobre fatos (reais, portanto) me parece um tanto excessivo, mas o filme é bom. Só achei curioso que 'Zona Verde' me tenha sugerido uma espécie de versão ficcional de 'Fahrenheit 11 de Setembro', inclusive adotando a tese conspiratória de Michael Moore sobre a administração de George W. Bush em relação ao Iraque. Depois, eu falo mais de 'Zona Verde'. Agora, quero chamar a atenção justamente sobre Michael Moore. 'Capitalismo,  Uma História de Amor', novo documentário dele, foi o favorito do público, na categoria documentários dos mundo, e como tal será exibido hoje no último dia do É Tudo Verdade. O festival terminou ontem e hoje reprisa os vencedores. Os júris, nacional e internacional, escolheram 'Terra Deu, Terra Come', de Rodrigo Siqueira e 'La Danse', de Frederick Wisemnan, e 'O Homem Mais Perigoso do Mundo', de Rick Goldsmith e Judith Ehrlich, sobre Daniel Ellsberg, um ex-fucionário do Pentágono que divulgou documentos secretos do governo norte-americano sobre a Guerra do Vietnã. Daquela guerra à do Iraque, a conspiração corre solta e as maquinações secretas para manipular a opinião pública dos EUA são desmontadas pela via do documentário ou da ficção. Vejam, que é importante. Com os vencedores do júri e  o 'Capitalismo' de Michael Moore, escolhido pelo público, o 15º É Tudo Verdade também reprisa hoje o José Padilha, 'Segredos da Tribo', que é uma porrada. Não sei as salas nem horários, mas se estivesse em São Paulo iria 'encarnar' no É Tudo Verdade. A propósito, a caminho da sucursal do Estado passei pela Cinelândia e há uma duas horas quem estava filmando?  Lázaro Ramos. Estou saindo para almoçar e correr ao teatro, mas antes quero dar uma passada por lá, para tentar descobrir o que, afinal, o Lázaro filma.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.