PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Uma geléia geral a partir do cinema

O adeus a Mulligan

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

PORTO ALEGRE - Dei uma passada rápida nos e-mails e pretendia até seguir o post sobre o Silver Frog com outra prata para o Brasil. De relance vi que 'Linha de Passe', de Walter Salles e Daniela Thomas, foi segundo no Festival de Havana e que Sandra Corveloni ganhou o Coral de melhor atriz, mas não estou encontrando o e-mail. Há tempos estou querendo acrescentar mais coisas sobre o filme do Walter e da Daniela, e também é uma boa oportunidade de falar sobre o chileno 'Tony Manero', que venceu o Gran Coral em Cuba e é um filme que tem muitos admiradores. Mas agora não consigo pensar em nada. Li o e-mail com o comentário de Felipe Brida, anunciando - eu não sabia! - a morte de Robert Mulligan e lamentando o pouco espaço que o diretor teve na mídia. Não sei nem quando o Mulligan morreu, e não vou ter tempo de pesquisar agora, pois estou de saída. Mas aguardem - se soubesse, teria brigado para que seu necrológio tivesse o maior espaço possível no 'Caderno 2'. Não creio que se possa definir Robert Mulligan como um grande diretor, mas ele fez grandes filmes de gêneros e outros imperfeitos, mas que fazem parte da minha vida, da minha experiência como cinéfilo e como indivíduo. Querem um exemplo, só um? 'O Sol É para Todos' (To Kill a Mockinbird), adaptado do belo romance de Harper Lee. Mas o 'meu' Mulligan é um western - 'A Noite da Emboscada' (The Stalking Moon), sobre o tema da squaw - a mulher branca resgatada de entre os índios. Gregory Peck faz o guia, mas este western com elementos de thriller me fascina por um personagem que não aparece. Salvaje, o chefe índio que caça Eva-Marie Saint e seu filho mestiço, deixa um rastro de destruição tão terrível que ele nem precisa aparecer para se transformar num dos personagens mais assustadores, fortes e intensos da história do faroeste. Volto ao Mulligan, mais tarde.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.