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Uma geléia geral a partir do cinema

Num Céu Azul Escuro

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Olá! Estou de volta, mas vou recomeçar devagar. Um ou dois postezinhos rápidos. Em primeiro lugar, deu tudo certo com a cirurgia. Em segundo, de volta para casa, estava preocupado se conseguiria assistir a Num Céu Azul Escuro hoje de manhã, na TV paga. Foi o filme que comecei a ver na quarta, dia 28, quando me internei no hospital pela primeira vez e a operação foi cancelada em cima da hora. Não havia conseguido assistir ao final. Num Céu Azul Escuro é um filme checo do diretor de Kolya, Jan Sverak. Conta a história de pilotos da antiga Checoslováquia que emigraram clandestinamente para a Inglaterra, quando o país foi ocupado pelos nazistas, durante a 2.a Guerra, para se juntar à Real Força Aérea. o filme conta uma história de amizde. O protagonista deixa uma mulher e uma cachorra em seu país. Na Inglaterra, envolve-se com uma mulher casada e ela é justamente a amada de seu colega piloto. Chega um momento em que o herói pensa que o garoto (ainda é um garoto) tentou matá-lo, por ciúme. É uma linda história de amizade, de um cara que perde tudo - as duas mulheres, a cachora, o amigo que se sacrifica por ele. Fica com suas lembranças, a tristeza de não ter vivido a vida que gostaria, de ser fiel como gostaria de ter sido. Não sei se ainda estou fragilizado, emcionalmente (que frescura, mas cirurgia, hospital, tudo isso mexe com a gente), mas achei o filme do Sverak muito bonito. No final, um letreiro informa que os pilotos que foram combater o nazismo só tiveram sua cidadania restabelecida em 1991. O acordo de não agressão entre Hitler e Stálin os havia transforado em traidores, mesmo depois que os alemães invadiram a antiga URSS. Fiquei pensando - não me lembro de ter gostado muito de Kolya, que ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro. Era uma daquelas histórias de crianças, de que a Academia de Hollywood gosta tanto. Mas o filme não me marcou. Não saberia dizer, assim, de memória, se é bom. Do Céu Azul Escuro eu gostei e fiquei pensando no cinema checo, tão delicado, tão rico nos anos 60, com diretores como Kadar e Klos, Milos Forman, Karel Kachina, Jiri Menzel. Gostei tanto do novo filme do Menzel que ganhou o prêmio da crítica em Berlim, no mês passado, I Served the King of England. Curiosamente, o título também caberia em Num Céu Azul Escuro. Nao sei se existe disponível em DVD, não me lembro nem de o filme de 2001 ter sido lançado nos cinemas brasileiros. Na revista da NET, estava datada para hoje sua única exibição em março. Quem sabe, em abril, se você ainda não viu?

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