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Uma geléia geral a partir do cinema

Morre o ator de 'O Homem sem Passado'

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Estou na redação do 'Estado', onde acabo de redigir a capa de amanhã do 'Caderno 2', uma entrevista com Alice Braga, que aqui esteve para passar o Natal com a família e, se tiver mantido o conograma, já deve estar voltando para o Canadá, onde dará prosseguimento à filmagem de 'Repossession Mambo', seu novo filme (pós-'Blindness') com Jude Law. Alice está no elenco de 'Eu Sou a Lenda' e compromissos externos a impedirão de estar no Rio, dias 13 e 14, para a rodada de entrevistas que trará ao Brasil o astro Will Smith, o roteirista e produtor Akira Goldsman (de 'Uma Mente Brilhante') e o diretor Francis Lawrence (de 'Constantine'). Eu mesmo acho que vou ficar fora desta, pois vou a Paris, antes das férias, para participar de um encontro com diretores e atores franceses, promovido pela Unifrance. Mas, enfim, estou na redação neste primeiro dia de 2008 e meu editor - Dib Carneiro Neto - acaba de me informar que morreu o ator finlandês de 'O Homem sem Passado', de Aki Kaurismaki. Markku Peltola tinha 51 anos e morreu após 'longa enfermidade', segundo a agência internacional que anunciou a morte, ontem, no último dia de 2007. Que coisa! No ano passado, morreu, também na faixa dos 50 anos (e de câncer) o ator Ulrich Mühe, de 'A Vida dos Outros', de Florian Henckel von Donnerstein (e vocês lembraram aqui que a cena do filme em que ele descobre a dimensão de compaixão da música foi um dos grandes momentos do cinema no ano que passou). De volta a Markku Peltola, acho que ele é genial em 'O Homem sem Passado', que promove o casamento perfeito entre o tipo físico do ator e o personagem que ele interpreta. Adoro o próprio filme. A história do homem que é surrado por skinheads e acorda desmemoriado, sem passado, é narrada com secura, sem nenhum efeito. Filme e interpretação são minimais. Markku Peltola trabalhou em outros filmes de Aki Kaurismaki, especialmente 'Nuvens Passageiras', de 1996. Era sempre perfeito porque, como o diretor, acreditava que, no cinema, menos é mais.

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