Michelle, Michelle

Michelle Pfeiffer anda fora do ar há um tempão e agora está de volta com dois filmes, perdão, três filmes, mas ainda não vi 'Hairspray' e, por isso, não digo nada da versão musical do cult de John Waters. Falo dos filmes que já vi. Um é 'Tarde Demais para Amar', já em cartaz. O outro é 'Stardust, o Mistério da Estrela', que estréia na sexta, dia 12, pegando carona no Dia da Criança. O filme ganhou um substítulo do subtítulo - 'O Conto de Fadas Malcomportado'. Devo ter um parafuso a menos, mas achei bem simpático. Não sei por vocês, mas eu sinto necessidade de fantasia, seja no cinema ou na vida. Fantasia, sim, não alienação. Achei muito interessante que Michelle Pfeiffer, após uma parada, esteja voltando com dois filmes que colocam sua persona pública em discussão. A roteirista de 'Nunca É Tarde' apaixona-se por esse homem mais jovem, e hesita em assumir (mas morre de ciúme diante da sugestão de que ele possa estar interessado por outra). A bruxa de 'Stardust', que quer comer o coração da estrela para recuperar a juventude (e ficar imortal), é uma coisa horrorosa. Evoca a Catherine Deneuve vampiresca de 'Fome de Viver', de Tony Scott, lembram-se? Michelle é uma das mulheres mais belas (e sexys) do mundo, mas sua sexualidade não é agressiva. Tem alguma coisa de doce. E ela volta agora em papéis que discutem a imagem da mulher, a sua persona pública. Achei muito interessante. A própria diretora Amy Heckerling pode ser irregular, mas não é desprezível. 'Picardias Estudantis' marcou época como filme teen, 'Olha Quem Está Falando?' proporcionou uma das 30 ressurreições de John Travolta e me lembro que outro dia, quando falei mal de 'Patricinhas de Beverly Hills', vocês quase me mataram, porque acham o filme bem legal. Ou seja - vejam e curtam as observações irônicas e inteligentes.