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Uma geléia geral a partir do cinema

Massacre (1)

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Vou pegar carona num assunto que sei que já repercutiu barbaramente nos blogs do Estado, tendo desenceado um recorde de comentários. Estava fora, em Tóquio, quando o fato ocorreu, nos EUA. Depois, emendei com o Recife, sempre querendo enfocar o assunto pelo meu viés, mas surgia alguma coisa mais premente e eu ia deixando... É o caso do estudante que provocou aquele tiroteio no campus, desencadeando o maior morticínio da história das universidades americanas. São coisas irracionais que o cinema volta e meia tenta iluminar, buscando respostas. Michael Moore e Gus Van Sunt basearam-se no mesmo fato - o massacre de Columbine - para fazer filmes bem distintos, o documentário Tiros em Columbine e a ficção Elefante. Tiros colocou MM na linha de frente do documentário americano e mundial. É um cara polêmico. A maioria dos grandes documentaristas não tem respeito por ele, e não é por despeito, ou inveja, de sua popularidade. É que acham que MM é um manipulador da pior espécie, sem nenhum respeito por seus entrevistados. O caso de Charlton Heston é exemplar. El Cid virou o porta-voz da Associação Americana do Rifle. É um reacionário de carteirinha, mas Heston é um ícone do cinema, tendo se batido, mais do que qualquer outro astro, para garantir a liberdade de expressão de diretores como Orson Welles, Sam Peckinpah e Franklin Schaffner, que tiveram litígios com os grandes estúdios em filmes que ele interpretou (A Marca da Maldade, Major Dundee/Juramento de Vingança e The War Lord/O Senhor da Guerra). MM desconhece a importância de CH e o transforma naquele velho, aleijado e patético, arrastando-se diante de sua câmera em Tiros, somente para provar um ponto. Está ficando longo. Acho que vou ter de dividir este post em dois ou três. Sinto que vocês vão querer falar de MM, ou de CH.

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