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Uma geléia geral a partir do cinema

Mais 40 anos

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

De volta a Altman. Há alguns dias postei um texto sobre ele, dizendo da minha decepção em relação ao Altman recente, de filmes como Gosford Park e A Última Noite. Leitores deixaram comentários indignados e uma, em especial, disse que Altman talvez não tivesse mais tempo de produzir novas obras-primas como aquelas de que eu gostava, mas ainda era um belo cineasta. Não sabíamos, nem ela nem eu, que a morte do diretor era questão de dias. Estou voltando agora ao assunto porque me lembrei de algo que não escrevi no meu primeiro post sobre a perda de Altman. Quando ele recebeu seu Oscar honorário, em fevereiro, quem se lembra do agradecimento? Altman dizia que o Oscar por sua carreira estava chegando muito cedo. Ele ainda esperava ter mais uns 40 anos pela frente para fazer os muitos filmes que queria realizar. Os franceses têm uma expressão para esse tipo de morte inesperada - é a morte 'au travail'. Sabe-se lá em que novo projeto Altman estava trabalhando. Sabe-se lá que nova obra-prima não poderia estar tentando criar. Se o blog tivesse som, esse texto estaria terminando com um suspiro.

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