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Uma geléia geral a partir do cinema

Luz, por favor!

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Vivi hoje uma situação singular. Pela manhã, redigi dois novos textos sobre Crônica de Um Amor Louco e O Poderoso Chefão Parte II para o portal, porque não queria repetir os que estão no Caderno 2 de hoje. E corri para a cabine da Paris para ver O Doador de Memórias. Faltou luz - bem no meio do filme e agora vou ter de voltar às 5 (da tarde) para terminar de ver o longa que estreia dia 11. Estava gostando. Se há coisa que não subestimo é a capacidade de narrador de Phillip Noyce, que dirige. Baseado numa série (paradidática, nos EUA) de livros, O Doador não foi muito bem na 'América' e, por isso mesmo, Noyce - não sei se será o diretor do 2 -, ainda aguarda o sinal verde para levar sua história adiante. Sei que não sou parâmetro e Celso Sabadin com certeza diria que faço gênero, sendo do contra, mas acho a série Jogos Vorazes cafona - muito cafona - e ela virou o sucesso que todo mundo sabe. Até o Divergente/Convergente, sei lá como se chama, era menos ruim, mas O Doador de Memórias estava sendo bom, pelo menos na parte que vi, e o público dos EUA não apoiou. Tendo até a pensar - é tão bom, para um filme de massa, e se elevou tanto da expectativa (do gosto médio) que o público deve ter-se assustado. Na verdade, como história de aprendizado, o filme espera que o espectador entre na viagem do herói que deve se destacar da mesmice, aprendendo a ver o mundo e as coisas pelos próprios olhos. Pelo visto, não é a 'mensagem' que o público jovem está querendo ouvir. Aproveito para acrescentar que vi ontem Três Dias para Matar, de McG, escrito e produzido por Luc Besson. Assim como John McTiernan reformulou o cinema de ação de Hollywood nos anos 1980, com O Predador e Duro de Matar, ouso dizer que Besson está reformulando o gênero nos anos 2000. A série Carga Explosiva, com Jason Statham; Lucy, que Besson também dirigiu; e Três Dias estabelecem novos patamares. Kevin Costner faz o velho espião que está morrendo. Chamado para uma última missão, ele ganha a chance de se submeter a uma droga experimental que pode prolongar sua vida, no momento em que começa a se acertar de novo com a mulher e a filha. Lucy também trata dos efeitos de uma droga, mas o conceito de ambos os filmes é diferente. Gostei de ver Três Dias, e gostei de ver Kevin Costner num papel crepuscular, ao qual acrescenta seu carisma. Pode parecer irrelevante, mas me amarro em Jason Statham e, agora, Kevin Costner, porque não são assexuados como os heróis de ação de Hollywood, tipo Schwarzenegger e Stallone, que canalizam a testosterona para a pancadaria e não querem saber de cama. Statham não resiste a suas parceiras e Costner transmite o desejo que seu personagem sente por Connie Nielsen, uma bela coroa. E eu me emociono com histórias de pais e filhos, vocês sabem. Costner ensinando a filha a andar de bicicleta, a dançar. Bem bacana.

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