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Uma geléia geral a partir do cinema

Loucos por Cinema (1)

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Postei ontem o texto sobre Mário Carneiro, o mestre da luz, e não tive tempo de escrever mais nada. Fui a Santo André para fazer a reportagem do evento Loucos por Cinema e só o deslocamento me consumiu acho que umas três horas. Na ida, peguei chuva; a volta foi em pleno horário de rush. Mas valeu a pena. Loucos por Cinema leva para o ABCD o evento realizado no ano passado no Sesc Pompéia. O Loucos por Cinema original, com curadoria de Máximo Barro, privilegiava o cinema mundial. O evento que começa amanhã no Sesc Santo André - que não conhecia, mas achei, arquitetonicamente, o prédio mais bonito da rede[TEXTO] - põe ênfase no cinema brasileiro, e na Vera Cruz, até por conta da proximidade d[/TEXTO]e São Bernardo do Campo, onde, nos anos 50, teve sua sede a Cinecittà paulista, nascida do sonho megalômano de empresários quatrocentões que acreditavam que seria possível instalar um projeto de cinema industrial em São Paulo. Muito já se falou sobre a Vera Cruz, e alienado é um adjetivo que volta e meia se repete nas abordagens. Alienados ou loucos, os criadores da Vera Cruz lançaram um projeto ao qual se volta sempre, meio século depois. Lá foram feitos filmes como O Cangaceiro, Sinhá Moça, Tico-Tico no Fubá. Lá surgiram astros e estrelas como Eliane Lage, Alberto Ruschell, Tônia Carrero e Mazaropi, que fazem parte do nosso imaginário. Achei muito interessante o novo Loucos por Cinema, do qual Máximo Barro é consultor histórico, tendo a seleção de filmes do evento sido feita por Adolfo Mazzarini Filho, que coordena a programação do Sesc Santo André. A exposição ocupa mais de 1.300 metros quadrados e inclui um cinema cenográfico, de 80 lugares, especialmente construído para abrigar as projeções, mais fotos, pôsteres, objetos de cena, projetores e dois sets reconstituídos, de filmes feitos na Vera Cruz. Um antigo, Ângela, de 1951, e você pode comparar o quarto de Eliane Lage com a foto do filme. O outro, mais recente, Carandiru, é um recorte do cenário gigantesco do filme de Hector Babenco. Mostra duas celas, uma delas a dos evangélicos, separados por um corredor. Tudo isso é muito legal, mas o que realmente justificou, para mim, a ida a Santo André foi... Leiam o post seguinte.

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