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Uma geléia geral a partir do cinema

Jesus! Franco

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Na Sala Cinemateca, começa hoje uma programação intitulada Os Experimentos Macabros de Jesus Franco. Cobre os anos de 1967 a 88, com filmes como Succubus, O Castelo de Fu Manchu, Mulher Vampiro e Faceless. Por mais expressivos que sejam do 'estilo' do diretor espanhol de 76 anos, formam uma parcela ínfima de sua obra, que compreenderia, segundo algumas fontes, mais de 150 filmes, já que Jesus se assinou também Jess Franco e se escondeu sob vários outros pseudônimos. A questão é esta. Jesus (ou Jess) Franco pertence à categoria de diretores como Lucio Fulci e Ruggero Deodato, que, na Espanha ou na Itália, sempre foram mal vistos pela críticas mas se tornaram objeto de um culto reduzido - aliás, não tão reduzido assim, já que existem álbuns luxuosos editados sobre os experimentos macabros de Fulci, com seus vampiros e mortos-vivos filmados de maneira quase sempre repulsiva. O culto a esses diretores nasce do fato de que seriam 'transgressores'. Esse tipo de transgressão, pessoalmente, eu agradeço. Me formei na admiração de Luchino Visconti e John Ford, estou aberto à modernidade de Abbas Kiarostami e Agnès Varda, mas não consigo entender o que estaria contestando na adoração a esses, vá lá que seja, autores. De qualquer maneira, é curioso conhecer o cinema, segundo Jess Franco. Jesus! Você é até capaz de gostar. Não se reprima. E, para os que acharem que esse texto é um desestímulo a ver os filmes, que nada - existe um ditado que diz que a gente só se arrepende do que não faz.

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