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Uma geléia geral a partir do cinema

Histórias da mãe África

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Beth Néspoli, minha colega que cobre teatro, estava de plantão ontem e logo viu, pelo meu texto de encerramento do Festival de Berlim, que não havia identificado Sotigui Kouyaté, o excepcional ator de 'London River', como o intérprete de Peter Brooks que participou de peças e deu oficinas de interprertação aqui em São Paulo. Pois é. O maliano (de Mali...) Sotigui foi o melhor ator na Berlinale de 2009 por 'London River', de Rachid Bouchareb. O ator fez um longo agradecimento - põe longo nisso -, contando histórias muito divertidas para ilustrar o tema das relações entre colonizados e colonizadores. Uma delas é ótima e eu reproduzo. Quarenta africanos encontram uma velha lâmpada, que esfregam e surge um gênio que promete atender ao desejo de cada um deles. O primeiro, o segundo, o décimo, o vigésimo, o trigésimo-nono, todos pedem a mesma coisa. Querem ser brancos. O gênio satisfaz o desejo de todos. Chega o quadragésimo e pede que todos voltem a ser negros. Sotigui foi muito aplaudido por suas histórias e também por dizer que só o fato de Berlim ser um espaço que reúne e premia a diferença já faz do festival um marco num mundo que necessita de entendimento. Aproveito para acrescentar que a Califórnia comprou 'London River', cuja distribuição no Brasil já está assegurada (como a de 'Ricky', de François Ozon, também comprado pela companhia).

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