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Uma geléia geral a partir do cinema

Estômago

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

RIO - Já disse que vi ontem à tarde O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford e fiquei perturbado. Taí um filme bom de falar, só que é tanta coisa para dizer sobre ele e eu agora não tenho tempo. Mas vocês já vão vão anotando. Vi também ontem, à noite, na Première Brasil, um filme paranaense que promete virar uma das sensações do ano. O público pode estar delirando com Tropa de Elite, mas tenho a impressão de que os críticos vão curtir mais Estômago, do Marcos Jorge, que leva jeito de virar O Cheiro do Ralo deste ano. Não exatamente pelo tema, não exatamente pelas escolhas estéticas, mas Estômago, como O Ralo, apresenta personagens bizarros em situações insólitas (e vice-versa). O ponto do filme é que o mundo se divide entre os que devoram e os que são devorados. João Miguel faz o protagonista, um nordesrtino sem eira nem beira que chega à cidade grande - São Paulo - e vira cozinheiro numa lanchonete, depois num restaurante de luxo. Paralelamente, o filme vai mostrando o personagem na cadeia e também subindo na hierarquia dos presos por sua habilidade como cozinheiro. Só no fim seu crime - ou os crimes - são apresentados. Muito original, muito inteligente e divertido, talvez um pouco machista, mas guardem também este filme - Estômago. Já tinha candidata a melhor atriz da Première Brasil, e era Carla Ribas, de A Casa de Alice. Tenho agora candidato a melhor ator, e é o João Miguel. Chega. Vou comer rapidinho porque daqui a pouco tenho de comandar a mesa, no debate de A Via Láctea, de Lina Chamie.

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