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Uma geléia geral a partir do cinema

Esplendor coreano

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

De olho no Festival do Rio, assistindo a todos os filmes da Première Brasil e de várias outras mostras (Première Latina, Expectativa, Panorama Internacional), ainda não tive tempo de falar do filme do Johnny To que estreou sexta-feira em São Paulo. Gosto demais de Eleição. espero que você já tenha visto ou então que vá correndo ver. Há um esplendor do cinema coreano, representado por filmes e autores tão diversos quanto Casa Vazia, Bêbado de Amor e Pintura e Old Boy, Kim Ki-duk, Im Kwon-taek e Chanwook Park. Essa diversidade me apaixona, sendo curioso ver como autores viscerais o primeiro e o terceiro trabalham a violência. A de Kim Ki-duk é interiorizada ao limite, mas ameaça rebentar os personagens como se fossem os embates físicoas intensos dos gângeteres do Chanwook Park. A Coréia tem hoje um dos cinemas mais atraentes do mundo. Os críticos celebram o fato de que o cinema coreano é dono da própria casa, batendo, com freqüência, a produção de Hollywood. O market share está quase em 60% e o filme mais visto do ano é Welcome to Dongmakgol, de Park Kwang-Hyun. Só que, eu tenho para mim, que o cinema coreano está ficando cada vez mais formalista, um supercinema de gênero. Eleição trata das tríades, as organizações criminosas que dominam o submundo. A eleição é a do chefão que vai controlar esse verdadeiro império underground. Embora violenta, tem suas regras 'democráticas' e o mais interessante é a forma como o sujeito aparentemente menos habilitado para o cargo chega lá. Johnny To com certeza viu a série do Chefão do Coppola. Seu personagem é o Michael Corleone do cinema asiático. O filme uma porrada só, mas tem esse subtexto muito curioso de investigar em pleno processo eleitoral brasileiro, e com todas as acusações que aqui se fazem. O risco é o formalismo que destrói o Brian De Palma de Dália Negra, mas isso você só vai ver quando o filme estrear, em breve.

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