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Uma geléia geral a partir do cinema

Enquanto o carnaval não chega

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Já estou de volta na redação do 'Estado', assistindo ao tapete vermelho. Daqui a pouco começa a 83ª cerimônia de entrega dos prêmios da Academia. Como já escrevi pela manhã, este não leva jeito de ser um Oscar cheio de surpresas. Está mais para o esperado. Quem leva? 'O Discurso do Rei',  Tom Hooper, Colin Firth e Natalie Portman (de 'Cisne Negro'). Por quem torco? 'Rede Social', David Fincher - mas não me desagradaria ver ganharem 'O Vencedor' e David O. Russell -, Javier Bardem, mas poderia ser Jeff Bridges, e Natalie, claro. Ela somou mais um aos numerosos prêmios que já ganhou, o Spirit, que, na categoria ator, foi para James Franco. Taí outro que não me desagradaria ver ganhar. Havia comprado um monte de revistas europeias de cinema durante o Festival de Berlim e agora não me lembro qual delas tinha uma entrevista com Danny Boyle (que não li), mas numa janela ele dizia uma coisa que assino embaixo - 'James Franco não tem noção da força de seu jogo (de interpretação)'. O carinha é poderoso e '127 Horas' é apenas mais uma prova disso. Quero aproveitar e dizer duas ou três coisas sobre 'O Discurso'. Não gosto, particularmente, de 'O Discurso do Rei', mas acho que o filme de Tom Hooper é menos acadêmico do que parece. Tem até uma coisa interessante, mas na qual pouca gente presta atenção. Colin Firth interpreta um personagem que não quer ser rei, mas como diz sua mulher (Helena Bonham Carter) para Geoffrey Rush, ele não tem escolha e se aparelha, superando as limitações, para assumir o papel para o qual está destinado. Esse papel social ao qual George VI não consegue fugir de alguma forma aproxima o favorito do meu preferido, 'Rede Social'. De que forma? Pensem um pouco. Tenho visto com desalento como certas pessoas se referem ao filme de David Fincher como 'esperto', insinuando que ele não é tão bom assim. Ai, meu saco. Ah, sim, o Spirit de melhor filme foi para 'Cisne Negro', mas se trata de um prêmio 'independente'. Já disse que meu entusiasmo pelo filme de Darren Aronofsky arrefeceu um pouco depois de assistir a 'Pina', de Wim Wenders. Queria revê-lo, antes da premiação, mas esta foi uma semana, pessoal e profissional, muito agitada, desgastante mesmo. Mas tenho de rever 'Cisne Negro'. Vamosa ver se durante a semana, antes do carnaval chegar.

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