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Uma geléia geral a partir do cinema

Edward Burns

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Emendei a sessão de Num Céu Azul Escuro com outro filme na TV paga, Nova York - Uma história de Amor. De novo não havia assistido nos cinemas. Não me lembro de que tenha tido lançamento comercial. É um filme indie escrito, dirigido e interpretado por Edward Burns, com Stanley Tucci, Rosario Dawson e Brittany Murphy. Acompanha três casais em Nova York. Uniões que se fazem, desfazem, todo tipo de mal-entendidos e do mal que as pessoas conseguem se fazer, umas às outras, mesmo não querendo. Os casais se formam e separam e cada um dos personagens está sempre falando para a câmera, fazendo confissões íntimas, como se fosse um falso documentário. Achei o recurso bem inteligente e simpático, uma forma de injetar vitalidade numa história que poderia ser batida.O cinema independente americano já virou clichê, como a própria produção de Hollywood, mas ainda existem filmes (e diretores) que têm o que dizer. Não gostei tanto de Nova York - Uma HIstória de Amor quanto de A Pequena Miss Sunshine, mas gostei de ter visto o filme do Burns. Ele me lembrou, guardadas as proporções, John Cassavetes. O universo social e familiar é o mesmo dos filmes de Cassavetes que estão em cartaz na cidade. O método, que integra improvisação, lembra o do grande John. O problema é que falta a visceralidade que faz de Sombras, Faces e Uma Mulher sob Influência grandes filmes. Nova York - Uma História de Amor é mais simples, talvez um tanto diluído, mas eu, pelo menos, gostei de ver aquela gente discutindo amor e sexo, orgasmo, tamanho do pênis. Homens e mulheres maduros pareciam ou se comportavam como adolescentes. Não é sobre isso que um filme como Pecados Íntimos fala? Sobre a infantilização que acomete as pessoas no mundo atual?

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