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Uma geléia geral a partir do cinema

E o Che?

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

RIO - Um post rapidinho, que perigo! O Festival do Rio termina hoje à noite. Quem vai ganhar o Redentor, prêmio máximo do evento? Eu, se estivesse no júri, não pensava duas vezes. Distribuía meus prêmios entre A Casa de Alice, Estômago e o filme lá da Cidade, de Bruna Lombardi e Carlos Alberto Riccelli. Carla Ribas, pelo primeiro, e João Miguel, pelo segundo, seriam com certeza os melhores atores. Só agora dou-me conta de que estou esquecendo dois filmes de que também gosto muito - A Via Láctea e Mutum. Quem ganha? Vamos esperar... Para concluir, quero acrescentar uma palavrinha sobre Personal Che, o documentário do brasileiro Douglas Duarte e da colombiana Adriana Mariño, 40 anos após a morte do guerrilheiro na Bolívia. Quem acha que o mito do Che é uma farsa e que ele é um herói esquecido (ou desmistificado), deveria ter sua cabeça examinada. Douglas e Adriana descobriram na Bolívia camponeses que cultivam Che como um santo (e rezam e acendem velas para ele!. Em Cuba, onde a foto clássica do Che morto circulou um pouco, em 1967, eles documentam o espanto de cubanos jovens que vêem pela primeira vez a imagem. Do nada, pegando um táxi em Havana, Douglas e Adriana descobriram um motorista que não apenas cultiva o mito, como deu ao filho o nome de Ernesto. Para fortalecer a crença dos que acham que comunismo e nazismo é tudo a mesma coisa, eles encontraram munição. Che é idolatrado por neonazistas (por que o neo?) na Alemanha. Não é que os extremos se toquem, mas o que atrai os nazistas para o mito é a idéia do Che como ícone de transformação e mudança. E não é que 40 anos e um belo filme de Walter Salles depois (Diários de Motocicleta), o Che vive? Tomara que o filme vá para a Mostra de São Paulo. Um símbolo de mudança, como o Che, não poderia retratado num documentário convencional. A estrutura narrativa deste é muito interessante e inovadora, vocês vão ver.

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