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Uma geléia geral a partir do cinema

E não é que o filme é bonitinho?

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Que raro, hein? Eu aqui em São Paulo, passando um dia inteiro sem nada postar... Mas a minha terça-feira - ontem - foi muito corrida. Tive médico pela manhã, emendei com a cabine de 'Jogos de Amor em Las Vegas', à tarde fui rever 'Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal' e à noite tinha um jantar em casa de amigos. Não sobrou tempo para o blog! E olhem que assunto não me faltaria. Achei simpática a comédia com Cameron Diaz e Ashton Kutcher. Em primeiro lugar, eles têm química, e não apenas isso. O diretor Tom Vaughan consegue dizer algumas coisas interessantes sobre relações, mas o que eu achei legal foi a linguagem do filme, sob certos aséctos inovadora, em relação à comédia romântica hollywoodiana tradicional. No começo, temi o pior. 'Jogos de Amor' abre-se com a clássica tomada aérea de Manhattan. Quem ainda agüenta? Quantas vezes você já viu aquilo? Mas, em seguida, o diretor utiliza-se da montagem paralela para 'introduzir' os personagens de Cameron e Kutcher. Achei os dois bem críveis - a garota acelerada, que tenta tanto agradar o 'namorado' que provoca a ruptura (na cara dos amigos) , e o garanhão que não encara as responsabilidades. Cada um tem seus problemas, mas a descoberta do filme, como a da maioria dos casais que dão certo na vida, é a de que eles funcionam muito bem como dupla. A trama é engenhosa. Cameron levou o fora do namorado, Kutcher foi demitido (pelo pai). Ambos vão para Las Vegas e, num momento de euforia, provocado pelo excesso de bebida, terminam por se casar. Ato contínuo, quando estão acertando o divórcio, arriscam um joguinho - afinal, é Vegas - e ganham uma fortuna, que cada um, naturalmente, vai tentar manter na íntegra, alijando o outro. Não parece nada original, e não é, mas o diretor segue utilizando a montagem paralela - um recurso do qual os grandes, leia-se Visconti, volta e e meia se utilizam -, tem essa dupla da qual eu, pelo menos, não consegui desgrudar o olho e ainda cria planos que achei muito bonitos. O plano geral da praia, quando Kutcher chega por trás de Cameron, do jeito que é filmado, não é nada freqüente em Hollywood. Depois, é interessante um filme que subverte o clássico 'seis meses depois', no desfecho, e ainda consegue dizer duas ou três coisas sobre casamento. Ah, sim. Tem mais. Treat Williams faz parte das minhas lembranças afetivas no cinema, em filmes como 'Hair', de Milos Forman, e 'O Príncipe da Cidade', de Sidney Lumet. Depois, ele fez muita porcaria, perdeu a forma, foi virando uma caricatura de si mesmo. Achei seu personagem de pai bem bacana. Fui pelo compromisso profissional e, afinal, não foi perda de tempo assistir a 'Jogos de Amor'.

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