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Uma geléia geral a partir do cinema

DVD (1)

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Um monte de gente me pede para comentar um certo número de assuntos ('Bewoulf', cinema digital, 'Assassinato de Jesse James'), o que prometo fazer, mas não agora. Quero falar de DVDs. É curioso, mas comentei que havia levado para Búzios o número de 'Cahiers' (de novembro) que recebi de um amigo de Brasília. Fiquei impressionado porque, num total de 80 páginas (mais ou menos isso), a revista dedica 30 a comentar os lançamentos de DVD. Ou seja, é o reconhecimento de que se trata de um mercado importantíssimo. Além do mais, é no DVD que se pode fazer hoje o resgate de obras clássicas, e é isso, mais do que os lançamentos 'normais', que tende a atrair os cinéfilos. Por exemplo - cheguei ontem em casa, de Búzios, e vi que minha filha havia 'estocado' os DVDs que recebi durante a semana. Vou matar vocês de inveja - a Paramount me mandou a caixa de Billy Wilder, com a versão de colecionador de 'Crepúsculo dos Deuses', e mais 'Inferno 17' e 'Sabrina', o que me leva a perguntar - a caixa é mesmo de Wilder ou de William Holden, o ator que interpreta os três? Holden é o roteirista manipulado por Norma Desmond (Gloria Swanson) em 'Sunset Boulevard', o bon-vivant que disputa com o irmão 'sério' (Humphrey Bogart) a deliciosa filha do chauffeur que volta mudada de Paris em 'Sabrina' e o oportunista que cria o mercado negro dentro do campo de prisioneiros de 'Inferno 17', mas se engana quem pensa, por isso, que ele não tem dignidade nem princípios. William Holden ganhou o Oscar por 'Inferno 17' e o filme ainda traz, no papel do comandante do campo, o grande diretor Otto Preminger (que tinha, como se diz, physique du rôle, para interpretar um nazista). Somando-se essa caixa a outros recentes lançamentos - 'Cinco Covas no Egito', 'Irma la Douce', 'Fedora' - e o grande Wilder está tendo toda a sua obra resgatada. Os cinéfilos só podem estar eufóricos por isso.

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