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Uma geléia geral a partir do cinema

Daqui a pouco, The Post

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

De volta a São Paulo, para ver à noite, daqui a algumas horas, o novo Steven Spielberg, The Post. É um filme que se antecipa curioso porque a história, afinal, tem desfecho conhecido. Pelo trailer, percebe-se que a presidente do The Washington Post, a poderosa Katherine Graham, e o chefe de redação Tom Hanks ficam contra a parede quando o governo ameaça com leis especiais ao descobrir que pretendem publicar documentos secretos que desmentem verdades oficiais sobre a Guerra do Vietnã. É até possível que Spielberg consiga criar suspense, já que ninguém menos que Alfred Hitchcock garantia que o suspense não está ligado a nenhum mistério, ou elemento surpresa, mas a uma forma particular de jogar com as emoções do espectador. Mas, enfim, o desfecho dessa história é conhecido e agora, nessa quadra conturbada do (ainda) alvorecer da era Trump, creio que Spielberg está querendo nos dizer algumas coisas sobre o papel da imprensa no funcionamento da democracia. Sua trilogia informal sobre o 11 de Setembro - O Terminal, Guerra dos Mundos e Munique - era sobre o combate ao terrorismo na era George W. Bush e Lincoln não deixava de ser sobre a corrupção na democracia - como ela faz parte do sistema. E, agora, o que Spielberg estará nos propondo ao exumar essa velha história, e num momento em que Trump está comprometido com a história das conversações secretas com Putin para ajudar a desmoralizar o Partido Democrata e ajudar na vitória contra Hilary Clinton? Confesso que estou nos cascos para ver The Post. Como sugestão, o Belas Artes poderia fazer um Noitão dedicado ao jornal, trazendo de volta Todos os Homens do Presidente, de Alan J. Pakula, e outros filmes que abordam Watergate.

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