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Uma geléia geral a partir do cinema

Cineasta, nao herói

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

BERLIM -Na sequencia de Bela Tárr, vencedor do grande premio do júri, foi a vey de Asghar Farhadi falar na coletiva. De tudo o que disse - sobre seu cinema, censura no Ira, Jafar Panahi -, o que mais me tocou foi uma declaracao de foro muito íntimo. Uma jotnalöiosta iraniana, radicada na Alemanha, pediu licenca para falar com ele em farsi.  E cobrou de Farhadi. Os olhos do mundo estava sobre ele, quando recebeu seu Urso de Ouro por Nader abd Nisim, A Separation. Ela achou seu discurso tímido. Esperava que fosse muito mais duro com o regime de Mahmoud Ahmadinejad. Farhadi respondeu que é um cineasta, nao um herói. Ele nao pode viver e se comportar segundo a expectativa dos outros. Tem de agir com sua consciencia. Ele poderia, quem sabe, ter sido muito mais agressivo, mas, como disse, se o fiyesse, ao voltar ao Irah, poderia sofrer a mesma sorte de Jafar Panahi, ou ser impedido de dar prosseguimento à sua carreira. Para ele, é muito mais importante falar através dos filmes dol que alfinetar o regime com seus discursos. Após a coletiva dos vencedores e enviar as matérias de amanhah e segunda no Caderno 2, fui jantar com Orlando Margarido. Alessandro Giannini ficou de nos encontrar, mas acho que foi persuadido pelo restante da trupe brasileira a ir para a festa de encerramento, no porao do Palast. Venho há quantos? 15 anos? Nunca fui à tal festa. Fomos jantar no Oscar & Co, de cara pasra a saída dos artistas, no Hotel Hyatt, onde se realiyam as entrevistas e funciona a secretaria do festival. Vimos Farhadi sair com seu Urso de Ouro, empurrando um carrinho de bebeh. Fiquei pensando - como será seu retorno ao Irah? Um Urso de Ouro, dopis de Prata pelos premios de interpretacao. Haverá alguma festa, repercussao popular? Ou o regime vai ignorar tudo isso? Irah, Hungria (leia post anterior), Apesar de todas as diferencas historicas e culturais,  sao países irmanados nos crimes que se cometem contra a senhora democracia.

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