Foto do(a) blog

Uma geléia geral a partir do cinema

Cinco vezes a nova favela

PUBLICIDADE

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Antes da exibição de Nenhum Motivo Explica a Guerra, ontem à noite, no Cine Odeon BR, encontrei Cacá Diegues, que forrava o estômago comendo um sanduíche. Cacá me deu os últimos números de O Maior Amor do Mundo - 170 mil espectadores, o que pode ser pouco, mas não está mal, dada a exigência do filme e o quadro geral de público do cinema brasileiro e internacional no País, em 2006. O mais legal é o novo projeto do Cacá. Ele quer refazer Cinco Vezes Favela, que foi um marco na explosão do Cinema Novo, no começo dos anos 60. Cacá dirigiu, no original, o episódio Escola de Samba Alegria de Viver, cujo rtítulo fornece, hoje, uma súmula de sua obra. Cacá agora não quer dirigir. Quer que os próprios favelados façam o filme. Como ele diz, existem muitas oficinas de audiovisual em comunidades de favelas, muita gente preparando-se para dirigir, atuar, fotografar, iluminar, montar filmes. Isso está totalmente de acordo com o espírito de Nenhum Motivo Explica a Guerra, no qual o afro-reggae não é um projeto musical, em si, mas uma alavanca para uma coisa muito mais ampla, um projeto de construção da auto-estima e da cidadania do favelado. Pode vir coisa muito boa daí. A favela, o morro sempre foram vistos, no cinema brasileiro, com os olhos de diretores de classe média. Cacá poderá fazer história com esses novo Cinco Vezes Favela.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.