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Uma geléia geral a partir do cinema

Cannes (27)/Quem já está subindo o tapete vermelho para a premiação

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

CANNES - Cá estou na sala de wifi da Orange para mais uma cerimônia de premiação do Festival de Cannes. Mais uma ou menos uma, como diria Mário Peixoto? Não é hora para essas tergiversações. A pergunta que não quer calar. Quem leva, daqui a pouco? O júri presidido por Pedro Almodóvar tem muita gente interessante - Will Smith, Maren Ade, Paolo Sorrentino, Park Chan-wook -, mas o problema de qualquer júri não seus integrantes, individualmente, mas a forma como interagem. Existem prêmios, para mim, que são incontornáveis - Palma de Ouro para o russo Andrey Zvyagintsev, por Loveless, Sem Amor, ou Falta de Amor; melhor atriz para a do filme dele -, mas vai saber? Da mesma forma, gostaria que ganhassem Joaquin Phoenix e Lynne Ramsay, ator e diretora de You Were Never Really Here, mas, ao mesmo tempo, gostaria que o júri me surpreendesse premiando o Adam Sandler de The Meyerowitz Stories, de Noah Baumbach - e Sandler já deveria ter ganhado, anos atrás, por Embriagado de Amor/Punchdrunk Love, de Paul Thomas Anderson. Não posso dizer que gostei de Uma Mulher Doce, que o outro russo, Sergei Loznitsa, adaptou livremente de Dostoievski, mas a direção é brilhante e não deveria passar despercebida. Prefiro esses filmes mais desequilibrados -viscerais - a um dos favoritos, 120 Batimentos por Segundo, de Robin Campillo, o filme da aids, que tem suas qualidades (não vou negar), mas trabalha mais 'sagement' no registro da emoção. Um bom termômetro é ficar conferindo a montée des marches. Zvyagintsev acaba de subir, e isso aponta para uma vitória de Sem Amor. Mas qual prêmio? Também estão entrando agora Fatih Akin e Diane Kruger, de In the Fade. Entrevistei-os pela manhã. Não é dos meus favoritos, pelo contrário. Será? Está chegando a hora...

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