Deixe em paz meu coração Que ele é um pote até aqui de mágoa E qualquer desatenção, faça não Pode ser a gota d'água Amanda, repito, é muito boa. Vira Bibi diante do espelho, transformado em carro alegórico. Mas o segundo ato é de Guilherme Logullo, que faz Paulo Pontes. Que que é aquele cara? Teria de ver de novo, porque, além de Paulo, Guilherme integra o coro e, antes de ser individualizado, destacado, lá estava, anônimo. Depois, quando volta ao coro, até tentei ver quem era, onde estava, mas antes - não. Todo o trecho com Paulo compõe o melhor núcleo da peça. O amor, a arte, o engajamento político. A alienação. O comunismo. Na sequência, como fecho, vem Piaf. Non, je ne regrette rien. Essa segunda parte de Bibi me pareceu deslumbrante. E o espetáculo poderia continuar. Tive um único contato com Bibi na vida. Estava no exterior. Nova York, Paris, Lisboa? Devia estar em alguma junket e soube que haveria esse evento. Bibi anunciando o próximo espetáculo. Fui. Não creio que tenha rendido matéria. Teria de pesquisar nos implacáveis arquivos do Estado. Bibi já ultrapasssara, e muito, os 80. Havia um marido, secretário, sei lá, sujeito estranhíssimo, que agia como se fosse dono dela. Fiquei mal impressionado, até fantasiei sobre esse tipo de relação. Daria outra peça, não musical, algo no estilo dos grilhões psicológicos de Harold Pinter. É melhor o musical. Eu poderia cantar/A noite toda e mais/ia pedir... Canta, Amanda. Bibi é belíssimo.