BERLIM - Estou voltando agora da sessão de Nouvelles de la Planète Mars. Quer dizer, vi o novo filme de Dominik Moll, que passa na competição, mas fora de concurso, passei no Maredo para jantar e vim para o hotel. É um diretor que me desconcerta. Nascido na Alemanha, faz film,es na França. Não saberia dizer se gosto de Harry Un Ami Qui Vous Veux du Bien/Harry Chegou para Ajudar e Lemming. Moll me parece cria da misantropia e estranhamento de Michael Haneke. Parecia - porque algo se passou vendo Notícias (Novas) do Planeta Marte. É Marte, mas é Mars, de Sr. Mars, o personagem de François Damien. Ele foi pai Bélier, lembram-se? Damien faz de novo um pai, ou outro pai. A ex-mulher, os filhos, a irmã, o patrão, o colega, todos abusam dele. O amigo da filha diz que ele é um losér, um perdedor. Mas Mr. Mars não vai precisar mudar seu comportamento para virar o jogo e conquistar todo mundo, como conquistou a mim. Dominik Moll continua olhando o mundo da perspectiva de um misantropo, mas, de repente, ele acha que as coisas podem valer a pena. E valem. Há algo de dérangeant em François Damien. Fisicamente, ele lembra o lendário Bourvil, que formava dupla cômica com Louis de Funès e Jean-Pierre Melville transformou em ator dramático. Gostei de ver o Planeta/Sr. Marte e me encantei com o achado do roteiro, os pais mortos que voltam para falar com o filho e vão encolhendo. Como diz a mãe, 'Qual é a função dos pais se não se preocupar com os filhos?' Mas até no outro mundo? Embora tenham ordens expressa paras não interferir na realidade... Esperem para ver. Eu me diverti.