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Uma geléia geral a partir do cinema

BB? Não: NB

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Trocar a nacionalidade do Johnny To é dose, mas é incrível como estes lapsos ocorrem e, às vezes, originam gafes monumentais. Li ontem no El Mercurio, o jornal de Santiago, uma crítica de Babel que me deixou siderado. Comecei a ler só como curiosidade, para ver o que pensavam os críticos chilenos e achei o texto (bastante restritivo ao filme do Iñárritu) uma coisa muito bem escrita e fundamentada. O ponto da crítica é que a forma, em Babel, predomina sobre o fundo, coisa que não é nem um pouco difícil de constatar, mas, de qualquer maneira, ganha uma análise no limite da erudição. (A propósito, Babel também deve ganhar um monte de indicações no Oscar, amanhã - ou não?) No próprio El Mercurio encontrei a gafe, contida na notícia de que O Mafioso, de Alberto Lattuada, diretor italiano cuja carreira apenas circunstancialmente toca o neo-realismo, foi restaurado e terá sessão especial nesta sexta-feira, dia 26, em Los Angeles. O texto sobre a restauração cita corretamente o diretor, o ator (Alberto Sordi) e conta direitinho a história do homem de família que se envolve com a Máfia. A mancada está no título e na foto que ilustrava a matéria. Clássico de BB é restaurado e terá reestréia nos EUA, emoldurando a foto de... Brigitte Bardot. Só tem um problema. A atriz é Norma Bengell, que fez este filme na Itália, após sua consagração, em Cannes, com O Pagador de Promessas, em 1962. É bom lembrar que pouco antes Norma havia feito sua célebre imitação de BB em O Homem do Sputnik, de Carlos Manga, quando ela fazia biquinho e chamava Oscarito de 'chérrrrie', carregando no R. Norma tinha mesmo, na época, um quê de Brigitte, o que pode ter induzido o redator ao erro. Por que conto essa história? Talvez para observar que o erro dos outros é sempre mais fácil de assinalar. No hard feelings - continuem me corrigindo, sempre que errar, por favor.

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