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Uma geléia geral a partir do cinema

Almodóvar, Von Trier, Moretti, Bilge Ceylan... É Cannes, gente!

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

RIO - Continuo no Rio e só agora à tarde volto para São Paulo. Tinha matérias para redigir para a edição de amanhã do 'Caderno 2' e ainda precisava entrevistar Ângelo Antônio e Júlia Lemertz, cujas participações enriquecem 'Amor?' e conferem ao novo longa de João Jardim uma complexidade que me surpreendeu. Foi tudo bem corrido, mas jornalismo é assim e eu gosto. Não quero voltar ao tema da coletiva de 'Velozes e Furiosos 5', embora aquele número acanalhado da repórter do 'Pânico' me aborreça. Ela já havia feito o mesmo com Tom Cruise. A piada, repetida, perde a graça. Enquanto bumbum estiver durinho todo mundo vai continuar achando graça, mas quando a b... cair... Vamos ter a palhaçada repetida quantas vezes? Ad infinitum? Confesso que me lembrei de Rogério Sganzerla, do 'Bandido da Luz Vermelha' - quando a gente não é o melhor, a gente avacalha. É uma tendência antiga, até do cinema brasileiro, a estética da paródia nas chanchadas da Atlântida, nos anos 1950. Só que Carlos Manga e seus colegas chanchadeiros eram mais leves (ingênuos? Nem tanto) e Sganzerla era outro departamento. A coisa está bem mais pesada, e vulgar, uma espécie de profissionalização - do quê? Do complexo de inferiuoridade associado ao brasileiro? Enfim... Mas o objetivo do post é outro. Quero falar de Cannes. O festival divulgou agora de manhã a lista dos filmes que vão concorrer à Palma de Ouro, em maio. Teremos Almodóvar ('La Piel Que Habito'), Nanni Moretti ('Habemus Papam'), Lars Von Trier ('Melancholia'), Terrence Malick ('A Árvore da Vida'), Nuri Bilge Ceylan ('Era Uma Vez na Anatólia') e os irmãos Dardenne ('Le Gamin au Vélo', que tem o título em inglês de 'Set Me Free'). Woody Allen não abre mais o festival, com M. Sarkozy, Carla Bruni. 'Meia-Noite em Paris' está confirmado, mas a abertura agora será com Gus Van Sant, 'Restless'. O novo 'Piratas do Caribe' também está confirmado, mas fora de concurso. Me haviam falado na possibilidade de o novo filme de Selton Melo ir para a mostra Un Certain Regard, mas, pelo visto, ela não se concretizou. David Cronenberg, com seu filme sobre a ligação de Freud e Jung, também ficou fora. Cannes promete, como sempre. Vou almoçar e seguir para o aeroporto. Amanhã e sábado, tenho debates aí em São Paulo, no ciclo do CCBB que levanta dez questões sobre o cinema brasileiro dos anos 2000 e num evento da Prefeitura sobre a forma como o cinema reflete o deficiente. Tudo isso e mais a virada cultural. Vão ser um sábado e um domingo bem movimentados...

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