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Uma geléia geral a partir do cinema

Alberto Guzik

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

CANCUN - Participei agora de manha - voces estao duas horas à frente - da coletiva de Eat, Pray Love, o filme de Ryan Murphy adaptado do livro de Elizabeth Gilbert, com Julia Roberts. Nunca a vi mais bonita, nao no filme, mas na vida. E Julia estava cool. Desmentiu sua fama de antipática sendo calorosa com Javier Bardem - que faz um brasileiro - e principalmente com Richard Jenkins. O filme conta a história dessa mulher que parte em busca de si mesma. Cada secao do filme corresponde a uma etapa de sua busca. a Itália, comer; a Índia, rezar; e Bali, amar. A primeira parte é a melhor; a segunda tem as melhores interpretacoes, e o momento de Julia com Jenkins na cobertura do templo indiano, é mágico; a terceira, apesar de encerrar o sentido do filme, é meio constrangedora, e um pouco, ou muito, porque nao dá para embarcar no brasileiro de Javier. Ele contou na entrevista que morou no Brasil, Nao ajudou muito na composicao do personagem. Mas Javier foi ótimo na coletiva. Quando lhe perguntaram qual das tres secoes seria sua preferida na vida, respondeu que comer demais engorda e prefere amar. Sobre rezar, foi ótimo. Disse que nao acredita em Deus e sim, em Al Pacino. E rezar, só se fosse pela vitória da Espanha, na partida que está rolando enquanto escrevo. Tive hoje uma experiencia curiosa. Este evento das Sonyneo com a Copa do Mundo, tem nos feito correr das salas de coletivas e entrevistas individuiais e de grupos psara a frente da TV. Fiquei tenso hoje na partida entre Paraguai e Japao.  Torcia pelos hermanos e o jogo, interminável, foi me desgastando. Quando o japinha perdeu o gol e o paraguaio fez o dele, chorei, fazer o que? Mas nao sei se foi pelo jogo, em si. Estou meio bodeado desde ontem, quando falei com meu amigo, e editor, Dib Carneiro Neto e ele me disse que Alberto Guzik morreu no sábado. Nunca fui amigo do Guzik, mas trabalhamos juntos, dividindo o espaco da redacao do Jornal da Tarde, quando o Estado implementou um projeto de sinergia, há alguns anos. Continuei encontrando o Guzik em salas de cinema, ou assistindo a espetáculos de teatro que dirigiu, escreveu ou nos quais atuava.  A notícia de sua morte me pegou desprevenido, embora soubesse que estava doente. Lembrei-me muito da morte de Edmar Pereira, que foi seu colega no JT. Edmar morreu de aids e Guzik narrou em livro a experiencia da doenca e morte de seu companheiro, também vítima de aids. Sei que soa melodramático. A morte nos vulnerabiliza. Tendemos sempre a nos lembrar das pessoas pelo melhor que nos legaram. E qual é o problema em ser assim? Por que é preciso buscar o momento em que fulano foi fdp, ou nos magoou? Com o Guzik nunca houve nada disso. Nao éramos próximos, só isso. Mas me lembrei de certos textos, momentos compartilhados na redacao. Me lembrei de seus inseparáveis amigos, com quem ele formava uma trinca tipo tres mosqueteiros - Regina Ricca e Sérgio Roveri. Me deu uma tristeza. Ó céus! A Espanha acaba de fazer um gol. Javier Bardem deve estar contente. Vou entrtevistá-lo daqui a pouco (e a Júlia). Estou torcendo por Portugal. O post perde o rumo, meu humor piora, sorry.

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