PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Uma geléia geral a partir do cinema

Ainda 'Altas Aventuras'

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

CANNES - Eis-me de volta ao hotel, fim de noite aqui em Cannes. Quero voltar a 'Up - Altas Aventuras'acar uma coincidâbre minhamatéria de amanhã no 'Caderno 2'. Há 62 anos, em 1947!, uma animação da Disney foi projetada pela primeira vez no festival e era 'Dumbo', sobre o elefante orelhudo (e voador). Pois não é que agora, no 62º festival, outra animação da Disney Pixar abriu o maior evento de cinema do mundo? Quem for ligado em numerologia que me diga se isso tem algum significado. Já disse que achei 'Up' legal. Gostei muito do abre do filme, toda aquela parte do casal de velhos, que é triste, mas agora, com a poeira baixada, talvez seja oportuno deestacar que há uma parte que não me convence muito, ou não entendi, e é a dos cachorros selvagens que perseguem o velho herói e o garoto, seu protegé, nas selvas da América do Sul. Vou entrevistar amanhã o co-diretor Pete Docter e o todo-poderoso da Pixar, John Lasseter. Por conta disso, não fui à coletiva do filme, porque estava marcando minhas entrevistas com Lars Von Trier, Ken Loach, Elia Suleiman e o pessoal de 'Abrazos Rotos', isso é, Almodóvar ou Penelope Cruz. Não vai dar para ter os dois. Amigos que lá estiveram contaram que Spencer Tracy, o lendário parceiro, na arte e na vida, de Katharine Hepburn foi uma das referências da equipe para o velho ranzinza. A outra foi James Whitmore. James quem? Pode ser que muitos de vocês nem saibam quem ele foi, mas James Whitmore ocupa um lugar no meu panteão graças a dois filmes. Um deles é o westernm 'Chuka', de Gordon Douglas, que no Brasil se chamou 'O Revólver de Um Desconhecido', um dos grandes filmes pouco valorizados do gênero nos anos 60. O outro foi 'The Shawshank Redemption', como foi mesmo que se chamou no Brasil, no qual ele fazia um dos presidiários. Mais do que nunca, me deu vontade de falar com Lasseter e Docter. Por suas referências e também pelo que me parece o tema de 'Up', as memórias afetivas que carregamos, simbolizadas na presença de Ellie, a mulher que morreu, na casa que Carl - como vai se chamar no Brasil - carrega como um caramujo e que ele precisa 'plantar' no topo da cachoeira mais alta do mundo para poder reiniciar a vida sozinho, ou melhor, com o garoto e a cachorrada de quem vira mestre.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.