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Uma geléia geral a partir do cinema

Adeus a Lamont Johnson

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Morreu Lamont Johnson. Estava velhinho, 90 anos (ou quase). Pergunto-me quantas pessoas - quantos leitores? - sabem de quem se trata. Lamont Johnson foi um diretor de TV que fez alguns filmes em Hollywood nos anos 1960 e 70. Ele pertencia a uma segunda geração que a TV cedeu a Hollywood, depois da de Sidney Lumet, Arthur Penn e John Frankenheimer nos anos 1950.  Lamont Johnson foi contemporâneo de Joseph Sargent, que também fez bons filmes no cinemão antes de regressar à telinha. Os fãs de westerns vão se lembrar de 'O Duelo', que fez história como primeiro (único?) filme produzido por uma autêntica tribo de peles-vermelhas, os Jicarilla Apaches. Lamont Johnson desmontava uma das instrituições mais sólida do western, o duelo final, por meio de uma disputa que, na verdade, vira um show entre os pistoleiros interpretados por Kirk Douglas e Johnny Cash (o próprio).  Mas o filme cultuado de Johnson, ele o fez na TV. Foi o primeiro de dois interpretados por Martin Sheen. 'Um Certo Verão', That Certain Summer, com Sheen e Hal Holbrook, foi pioneiro na abordagem do homossexualismo, numa época em que o assunto ainda era tabu. O filme foi lançado nos cinemas em vários países, mas, no Brasil, a censura do regime militar deixou-o no limbo durante oito anos (oito!) Logo em seguida, e também com Sheen, Johnson fez 'A Execução do Soldado Slovik', sobre o soldado que, alegando razão de consciência, recusou-se a lutar na 2ª Guerrra. Forçado a servir o Exército, ele desertou, foi levado a julgamento e executado. Lamont Johnson tinha talento. Talvez não tenha tido perseverança para resistir aos percalços que seus melhores filmes lhe armaram (pela ousadia dos temas). Poderia ter feito muito mais, quem sabe.

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