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Uma geléia geral a partir do cinema

A sintaxe do mestre

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Olá! Não foi para tirar um dia sábatico que ontem acrescentei só um postezinho ao blog. Ocorre que a dor continuava e eu fui parar no Hospital São Camilo, onde fui bem atendido (e medicado). De qualquer maneira, saí de lá praticamente para a sessão de curtas do Resnais no CCBB, às 17 horas. Assisti ao programa formado por 'Toda a Memória do Mundo' e 'Le Chant du Styrène'. O primeiro, sobre a Biblioteca de Paris, e o segundo, sobre o estireno, como matéria-prima do plástico, são curtas que revelam peculiaridades muito interessantes do gênio de Resnais. Foram obras de encomenda, como 'Hiroshima, Meu Amor', mas assim como não precisa assinar seus roteiros para ser o autor incontestável do próprios filmes, o grande diretor também tem personalidade suficiente para transformar o institucional numa coisa rigorosamente pessoal. Adorei o humor do 'Chant' e fiquei siderado pela maneira como Resnais corta - ele sempre decupou muito bem - e movimenta a câmera. É muito interessante comparar a 'sintaxe' de "Toute la Mémoire du Monde' com a de 'Hiroshima'. A assinatura do autor transparece em cada cena, e nem os fotógrafos são os mesmos (Gislain Clocquet no curta, Sacha Vierny no longa). Quase fiquei para rever 'O Ano Passado em Marienbad', às 17h30, mas preferei sair para jantar em família (com minha filha e genro). Estou postando do jornal, mas estou muito a fim de ver 'Muriel', com Delphine Seyrig, roteiro de Jean Cayrol, às 14h30. Quem sabe a gente não se encontra?

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