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Uma geléia geral a partir do cinema

A nova festa do ano

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

CANCUN - Na verdade, é um novo post. Pela primeira vez excluí um post e foi o da festa de 2012, que redigi ontem ä noite. Nem li os comentários que já haviam chegado, inclusive um do Fábio Negro. Sorry, cara, mas me bateu que o post estava muito preconceituoso e conservador. E daí que Roland Emmerich estava com seu namorado e trocava beijos com o cara, tao novinho que a brasileirada aqui em Cancun estava fazendo apostas se o garoto nao seria de menor, como se diz... Claro que nao (é menor de idade). Mas nao resisto a contar outra parte da festa. Como a premissa do filme está na civilizacao maia, que previu o fim do mundo, nao o apocalipse, em 2012, parte do hotel foi transformada numa selva tropical. Houve um cerimonial maia, uma sagracao de virgens, alguma coisa assim, e a gente entrou por um túnel verde para chegar ao local da festa, propriamente dita. Como nao existe floresta sem feras, a da festa de 2012 faria a delícia de qualquer carnavalesco. Algumas das mulheres mais belas do México, de topless, faziam oncas, pumas, gazelas. Os caras performavam lagartos. Arrastavam-se pelo chao, portando rabos enormes. Todos deviam ser atores, porque realmente interpretavam os papéis. A extravagancia foi tao grande que, lá pelas tantas, tinha a impressao de estar em Las Vegas, assistindo a um daqueles shows exóticos bem cafonas. Mas a trilha foi ótima para dancar e nao deu para resistir a Love Is in the Air. Sobre 2012, entrevistei ontem o compositor, produtor e co-roteirista Harald Klover, que contou que conhece Emmerich já há quase 20, na verdade 18 anos. A mulher dele é amiga da irma de Roland, e os dois se conhecem em funcao disso. Há alguns anos, Emmerich, que nunca havia ligado muito para o talento de compositor do amigo, pediu-lhe que fizesse um demo para a trilha de O Patriota. O estúdio preferiu entregar a partitura a John Williams, mas o diretor nao ficou muito satisfeito e prometeu a Klover que a próxima trilha seria dele. Fizeram O Dia Depois de Amanha e 10000 a.C. Descobriram-se e Klover, além de compositor, virou co-roteirista e produtor. Foi ele quem revelou que a cúpula da Sony viu ontem em Cancun, pela primeira vez, a versao definitiva de 2012. Ficaram atonished, segundo disse. Levantei com ele essa coisa de a crítica detestar os filmes do alemao, e ele meio que repetiu um discurso velho, que a crítica nao aguenta o sucesso etc e tal. Mas numa coisa Klover tem razao. Diz que Emmerich asdora fantasiar e, provavelmente, domina a arte dos efeitos mais do que qualquer outro diretor, mas, na essencia, os dois sao muito conscientes da forca e da importancia do cinema. Antes de O Dia Depois de Amanha, uma parcela muito pequena do público dos EUA se preocupava com o aquecimento global. Depois do filme, quase a metade dos norte-americanos coloca o assunto como preocupacao prioritária. E ele lembrou que, no Dia, há um personagem, o presidente, inspirado em George W. Bush, que é inimigo declarado do meio ambiente. Passaram-se poucos anos e isso seria impossível hoje em dia. Os EUA já revisam posicoes tradicionais sobre aquecimento global e, pode ser megalomania, mas ele acha que o impacto de O Dia Depois de Amanha contribuiu para isso. Fica como tema para discussao. Daqui a pouco, participo das mesas redondas de 2012. Estao aqui, além do diretor e do compositor-roteirista-produtor, John Cusack e Ejiofor Chewetel (sempre me confundo - é assim ou o contrário, Chewetel Ejiofor?). Almoco depois com o Emmerich, ooportunidade para uma individual, e na sequencia o grupo todo vai a Chichen Itzá, visitar as piramides maias que trazem as inscricoes da previsao do fim do mundo em 2012.

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