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Uma história de amor (parte 2)

Por Estadão
Atualização:
 Foto: Estadão

Com passagem marcada para Nova York, o brasileiro pensava na melhor maneira de marcar o encontro com a antiga namorada de high school, que morava numa cidadezinha no interior da América. E aí veio a idéia, inspirada em 'Tarde Demais Para Esquecer'.

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No filme, um casal se conhece num cruzeiro e se apaixona perdidamente à primeira vista. Decidem então largar seus respectivos pretendentes, que os esperam no desembarque do navio. Para não deixar pistas do romance iniciado à bordo, porém, combinam de terminar os relacionamentos alguns meses depois. E então marcam o reencontro no topo do edifício Empire State, em Nova York.

Voltando à realidade - e ao nosso casal -, a idéia hollywoodiana caiu como uma luva: ele chegaria no Aeroporto Internacional JFK; ela pegaria um ônibus até Port Authority, a rodoviária de Nova York. E os dois se encontrariam no topo do Empire State. Perfeito.

Finalmente o tal dia chegou. Ele já acordou preocupado: será que ela vai me reconhecer? Será que ela ainda está bonita? Será que engordou? Enquanto isso, ela caminhava pela Big Apple fazendo planos para o futuro e lembrando do passado: os jogos de futebol americano, a viagem ao Brasil, os beijos na porta da escola.

Quinze minutos para a hora H. Final de tarde quente, um daqueles verões nova-iorquinos que esquentam o concreto dos arranha-céus e arrancam suor dos corpos cosmopolitas dos habitantes da capital do mundo.

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Ele chegou primeiro ao mirante do Empire State. Era a primeira vez dele ali, e sua atenção dividiu-se entre o apaixonado nervoso e o turista deslumbrado - até que o apaixonado nervoso dominou a situação.

O pôr-do-sol transformava o céu de Nova York numa gigantesca planície vermelha quando ela saiu do elevador de mochila nas costas e óculos escuros. Mas ele não teve dúvidas: ela estava igual. Não, estava muito mais linda. Ele gritou seu nome; alguns turistas japoneses interromperam os cliques curiosos para descobrir o que estava acontecendo.

Os japoneses, o concreto dos arranha-céus, o céu vermelho de Nova York, todos pararam para ver um sincero e emocionado abraço, seguido por beijos ardentes de lábios que esperaram uma década para se reencontrar. E quando os lábios finalmente se afastaram, foi a vez dos olhos carinhosamente se surpreenderem, dos sorrisos brotarem facilmente, das mãos tocarem o outro. Se há na vida momentos que duram para sempre, este certamente foi um deles.

(Qualquer semelhança com a vida real não é mera coincidência. Se alguém se interessar, posso publicar daqui a alguns dias a parte 3 dessa história de amor. Ou não...)

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