Os melhores e os piores

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Por Estadão
Atualização:

Não escondo de ninguém que uso meus amigos como fonte de inspiração para este blog. Portanto não será novidade para minha amiga identificar a autoria do comentário feito na semana passada em meio a algumas taças de vinho:

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"É uma pena constatar que os melhores homens são justamente os piores."

A frase talvez não faça sentido numa primeira leitura, mas numa segunda certamente fará. Explico: tive que traduzir o pensamento dela porque o desabafo original continha palavras que eu não ousaria publicar neste espaço familiar. Acho que minha amiga quis dizer que os caras mais interessantes são os mais imprevisíveis, os mais incontroláveis, os mais errados.

Será? Difícil dizer. Homens superbonzinhos são poços de tédio, mas cafajestes crônicos também só fazem felizes mulheres que ficariam mais elegantes se estivessem vestidas com camisas-de-força.

Você já deve ter ouvido isso por aí, e é verdade: existe mulher para tudo. Sabe quando você vê uma mulher e não entende como ela agüenta viver com aquele cara? Pois saiba que ela não só agüenta como sofrerá muito no dia em que ele, inevitavelmente, trocá-la por outra vinte anos mais nova.

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Só a irracionalidade do amor explica a paixão da modelo Kate Moss pelo roqueiro Pete Doherty, por exemplo. Ela é linda, rica e bem sucedida; ele é horrível, sujo, fracassado e doidão. Nem Freud explicaria - muito menos eu, claro.

Voltando à minha amiga, acho que o desabafo dela foi uma espécie de confissão de que existe um nível de emoção que só se consegue atingir ao lado de homens 'não-convencionais'. Mas seria o amor feito de altos e baixos melhor que o amor tranqüilo e previsível? Depende do temperamento, da idade, da formação de cada um. Mas que um cara sedutor e levemente cafajeste tem o seu lado fascinante, isso nem as mais patricinhas podem negar.

Em 'A Man and a Woman', uma das minhas músicas favoritas do U2, Bono canta: "You can't be numb for love/ the only pain is to feel nothing at all" (Você não pode ficar amortecido pelo amor/ A única dor é não sentir absolutamente nada). Acho que era isso que minha amiga queria dizer. Viver um amor intensamente é melhor do que passar a vida vendo a vida passar.

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