A globalização do rockstar... rockstar?

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Por Estadão
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 Foto: Estadão

E depois dizem que o rock é que é um estilo globalizado: o violoncelista Yo-Yo Ma é filho de chineses, nasceu em Paris, estudou em Harvard e hoje mora em Nova York. Ontem ele tocou em São Paulo, ao lado da pianista britânica Kathryn Stott, um repertório com obras do argentino Astor Piazzolla, do austríaco Franz Schubert, do belga César Franck e do russo Dmitri Shostakovich.

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Depois dizem que um rockstar como Bono, que nasceu na Irlanda e mora lá até hoje, é que é globalizado. (Não, não estou esquecendo que o Yo-Yo Ma, o músico erudito mais popular do planeta, é conhecido por, digamos, menos de 1% da população mundial. Enquanto isso, Bono...

A apresentação foi muito linda, só fiquei triste porque ele não tocou nenhuma das suítes de Bach que gravou em um disco duplo incrível e o que eu mais gosto. O som só não estava perfeito porque o teatro Cultura Artística é muito grande: o volume estava um pouco baixo e, na minha opinião, os graves do piano de Kathryn estavam se sobressaindo sobre o violoncelo de Yo-Yo. Eu gosto mais quando o cello é um pouco mais grave, mas aí é questão de gosto. Melhores momentos: o tango de Piazzolla (deu vontade de chorar, sério) e a sonata do compositor César Franck. Triste, mas de melodia super bonita. E ninguém toca movimentos 'allegro' como Yo-Yo Ma: ele levanta da cadeira, faz careta, se emociona, e termina fazendo pose para a platéia. Isso é que é rockstar.

Para finalizar: por que os paulistanos tossem tanto durante uma apresentação? Será que é porque o clima está muito seco ou há algum outro componente psicológico no ar? Até o Yo-Yo Ma estranhou.

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