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Literatura infantil e outras histórias

Luis Fernando Verissimo sobre livro no celular: Tecnologia só dispersa se história for chata

Perto de completar 80 anos, o escritor gaúcho aceitou o desafio de escrever para crianças em uma plataforma digital e lançou 'O Sétimo Gato'

Por Bia Reis
Atualização:
 Foto: Estadão

Perto de completar 80 anos, o escritor gaúcho Luis Fernando Verissimo aceitou o desafio de escrever para crianças em uma plataforma digital: o celular. Em O Sétimo Gato, com ilustrações de Willian Santiago, o autor conta a história de um menino que ganha bichos de estimação que pensam ser de outras nacionalidades e, por isso, não atendem quando são chamados pelos nomes que receberam nem se comunicam falando o tradicional miau. O livro aproveita possibilidades de som e interação e exige que o leitor movimente o celular para ler a história.

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O Sétimo Gato é o segundo lançamento da série "Livros na Timeline", projeto em que o Itaú convida escritores e ilustradores para produzir obras para serem lidas na tela do telefone. O primeiro foi O Menino e o Foguete, de Marcelo Rubens Paiva e Alexandre Rampazo.

Em entrevista por e-mail, Verissimo contou sobre como foi escrever para crianças - o cronista tem apenas um outro livro para o público infantojuvenil, O Santinho, de 1991, que reúne contos sobre a infância. "A linguagem é diferente. O texto deve ser acessível, mas não condescendente. É difícil acertar o tom", contou. Questionado se há o risco de a tecnologia atrapalhar a atenção, o leitor, Verissimo é direto: Só se a história for chata.

Luis Fernando Verissimo. Foto: Eduardo Nicolau/Estadão

 

Leia, a seguir:

Depois de tantas décadas de escrita, o senhor escreveu para crianças pequenas! Como foi a experiência? Tenho um livro, chamado O Santinho, que é mais ou menos para crianças. A linguagem é diferente. O texto para crianças deve se acessível, mas não condescendente. É difícil acertar o tom.

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Escrever pensando que o livro será lido na tela do celular é diferente? Faria a história do mesmo jeito se ela fosse publicada no papel? Para o autor, não há diferença alguma. Um teclado de computador ainda é um teclado, igual ao da máquina de escrever. Tanto faz se a história será publicada em livro ou em formato digital, isso é uma decisão do editor. Me parece que a novidade do formato digital é permitir a interação com o leitor, mas isto é uma mágica técnica que também não tem nada a ver com o autor.

O que o senhor achou do resultado? Achei muito bom. Principalmente, é uma bela ideia para as crianças começarem se interessar por livros e descobrirem o prazer da leitura.

O senhor acha que o formato digital atrai crianças não leitoras para os livros? Ou há o risco de dispersar a atenção? Acho que para quem está descobrindo a leitura, ou o prazer de ouvir histórias, a nova tecnologia interativa é perfeita. Acho que há risco de dispersão se a história for chata.

O senhor tem gatos? Por que escolheu esses bichanos para a história? Não tenho gatos. Minha inspiração foi um poema que fiz, há algum tempo. "Era uma vez um gato francês que em vez de 'miau' dizia 'miu'. E um gato inglês que em vez de 'miau' dizia 'How do you do?'."

 Foto: Estadão

ServiçoOs Sete Gatos Escritor: Luis Fernando Verissimo Ilustrador: Willian Santiago Para acessar a história, procure pela página do Itaú no app do Facebook em qualquer smartphone ou tablet: https://www.facebook.com/itau.

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