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Literatura infantil e outras histórias

Festival e seminário levam literatura infantil brasileira para a China

Centro de Leitura Quindim promove dois eventos na maior feira de livros da Ásia para crianças: o Festival Internacional de Literatura Infantil Brasileira e o 1.º Seminário Internacional de Literatura Brasileira para Crianças e Jovens

Por Bia Reis
Atualização:
 

Ilustração de Mariana Massarani para o 1.º Seminário Internacional de Literatura Brasileira para Crianças e Jovens - Imagens e Palavras Sem Fronteiras. Crédito: Reprodução

 

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Na China, 242 milhões de pessoas têm menos de 16 anos e 81,1% delas leem livros. Estima-se que as crianças chinesas leiam, em média, 8,45 obras por ano, número que cresce de forma constante desde 2013. Nas famílias com filhos menores de 8 anos, 89% dos pais afirmam ler diariamente com eles. Visitas a livrarias são comuns: 72% dos pais vão com suas crianças a esses espaços com regularidade.

Os dados, da Feira Internacional do Livro para Crianças de Xangai, revelam o papel que os livros têm no país - e também a dimensão do mercado, que está cada vez mais aberto para a literatura estrangeira de ficção. Atualmente, poucos brasileiros têm entrada no mercado oriental. São editados na China, por exemplo, os autores que ganharam o Prêmio Hans Christian Andersen, espécie de Nobel da literatura infantil - Ana Maria Machado (texto), Lygia Bojunga (texto) e Roger Mello (ilustração). Roger também está na Coreia e no Japão.

Para aproximar a literatura infantojuvenil brasileira e nossos escritores e ilustradores dos orientais, o Centro de Leitura Quindim promoverá, de 17 a 20 de novembro, dois eventos durante a Feira Internacional do Livro de Xangai: o Festival Internacional de Literatura Infantil Brasileira e o 1.º Seminário Internacional de Literatura Brasileira para Crianças e Jovens - Imagens e Palavras Sem Fronteiras. As atividades contam com o apoio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

 

Feira Internacional do Livro para Crianças de Xangai. Crédito: Divulgação

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A delegação brasileira é formada por importantes nomes da literatura brasileira - Marina Colasanti, Roger Mello, Mariana Massarani, Graça Lima e Marcelo Pimentel - e Volnei Canônica, diretor do Centro de Leiura Quindim, sediado em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. "O evento contribui para a internacionalização da nossa literatura. Para o Brasil, é importante estar em uma feira tão estratégica e apresentar nossa ficção, nosso jeito de escrever e de ilustrar. Não é só por uma questão de mercado, mas também por levar nossa cultura e estreitar o entendimento entre os países", afirma Volnei, que esteve nos últimos três anos na feira de Xanguai.

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Entre as atividades propostas estão a visita a uma escola de educação infantil, que atende crianças de 3 a 5 anos, com a realização de oficinas com os autores brasileiros; e os painéis Literatura Brasileira Para Crianças: Caminhos e Escolhas e Como Abordar Temas Difíceis na Literatura Para Crianças, este segundo mediado por Mingzhou Zhang, vice-presidente do International Board on Books for Young People (IBBY) da China. Haverá também um jogo de ilustração comandado por Roger Mello com a participação dos ilustradores Will Grill (Reino Unido), Piet Groblet (África do Sul), Ali Boozari (Irã), Wan Wan e Xiong Liang (China), além de Marcelo Pimentel, Graça Lima e Mariana Massarani.

Volnei afirma que, diferentemente do que ocorre nos Estados Unidos e na Europa - onde há muitas vezes resistência em publicar livros que retratem ou abordem questões locais -,para os chineses não existe essa barreira. "Eles não estão preocupados se a história se passa no sertão ou no mangue. Querem questões humanas, que podem ser vivenciadas por crianças brasileiras, chinesas ou de qualquer outro lugar do mundo."

 

Volnei Canônica, diretor do Centro de Leitura Quindim. Crédito: Janine Moraes

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Quindim. O Centro de Leitura Quindim foi criado em 2014 por Volnei Canônica, ex-assessor da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), ex-coordenador do programa Prazer em Ler do Instituto C&A de Desenvolvimento Social e ex-diretor do departamento de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério da Cultura. O centro é um espaço onde leitores de todas as idades têm acesso a literatura infantil e livros teóricos da área e também tem a missão de auxiliar o desenvolvendo de políticas públicas e ações de promoção de leitura no Brasil e no exterior. O nome faz duas homenagens: ao escritor Monteiro Lobato, que batizou um rinoceronte de Quindim, e ao poeta Mario Quintana, que amava o doce.

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