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Cristianismo sem lágrimas

Na rádio Estado da Arte - Diálogo do "Admirável Mundo Novo" de Aldous Huxley para a série Café Filosófico.

Por Estado da Arte
Atualização:

Dando prosseguimento à parceria com o Café Filosófico do Instituto CPFL, a rádio Estado da Arte manda ao ar pela série Grande Teatro do Mundo  a dramatização do diálogo decisivo do Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley, onde o grande Administrador mundial decide os futuro dos protagonistas e explica ao herói, o Selvagem, os fundamentos da sociedade tecnocrática. 

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http://www.teatrodomundo.com.br/cristianismo-sem-lagrimas-ou-do-direito-de-ser-infeliz-dialogo-entre-um-selvagem-e-um-tecnocrata/

Em maio deste ano o Café Filosófico promoveu na sede do Instituto CPFL em Campinas o ciclo Pílulas e palavras, sob a curadoria do psiquiatra e psicanalista Alfredo Simonetti. Como diz o próprio Simonetti na apresentação do ciclo:

"O que podem a psiquiatria, a psicanálise e as psicoterapias, com suas pílulas e palavras, fazer por quem vive se debatendo com os sintomas da modernidade? E o quanto responsabilizam-se por suas tecnologias químicas e verbais, e por seus efeitos psíquicos e sociais, os psiquiatras, os psicanalistas e os psicoterapeutas atuais?. . . . Parece inegável que há uma "vivência contemporânea" das velhas angústias humanas, e mais inegável ainda é a existências de "remédios contemporâneos" para estas vivências."

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Na modernidade hiperbólica de Huxley, as tensões pessoais e sociais são todas devidamente reguladas pela droga soma. Como explica o Administrador:

"Numa sociedade convenientemente organizada como a nossa, ninguém tem oportunidade para ser nobre ou heróico. . . . Toma-se o maior cuidado em evitar amores extremados, seja por quem for. Não há nada que se assemelhe a obrigações de fidelidade antagônicas; todos são condicionados de tal modo que ninguém pode deixar de fazer o que deve. E o que se deve fazer é, em geral, tão agradável, deixa-se margem a tão grande número de impulsos naturais, que não há, verdadeiramente, tentações a que se deva resistir. E se alguma vez, por algum acaso infeliz, ocorrer de um modo ou de outro qualquer coisa de desagradável, bem, então há o soma, que permite uma fuga da realidade. E sempre há o soma para acalmar a cólera, para nos reconciliar com os inimigos, para nos tornar pacientes e nos ajudar a suportar os dissabores. No passado, não era possível alcançar essas coisas senão com grande esforço e depois de anos de penoso treinamento moral. Hoje, tomam-se dois ou três comprimidos de meio grama, e pronto. Todos podem ser virtuosos agora. Pode-se carregar consigo mesmo, num frasco, pelo menos a metade da própria moralidade."

Como costuma acontecer com autores de olhar penetrante, a distopia de Huxley é talvez mais atual hoje do que nos anos 30, quando as drogas sintéticas sequer haviam sido elaboradas. 

Confira no Café Filosófico - Instituto CPFL

http://www.institutocpfl.org.br/2017/05/27/modulo-pilulas-e-palavras-as-sextas-no-instituto-cpfl/

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http://www.institutocpfl.org.br/evento/cafe-filosofico-cpfl-de-setembro-do-hedonismo-a-adiccao-as-drogas-no-mundo-contemporaneo-programacao-completa/

https://vimeo.com/127741380

Veja também: 

Mal-estar, sofrimento e sintoma - Palestra com Christian Dunker

O sofrimento humano nos tempos atuais - Ciclo de encontros

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Os fantasmas da perfeição - Ciclo de encontros coordenados por Luiz Felipe Pondé

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