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Divirta-se

Pós-impressionistas abrem calendário de grandes exposições em São Paulo

Exposição sobre o Pós-impressionismo, com obras de acervos franceses, chega à cidade - também estão previstas mostras de Picasso e Frida Kahlo

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Por Celso Filho
Atualização:
 Foto: Estadão

Pintura 'Mulheres do Taiti', de Paul Gauguin. Foto: Hervé Lewandowski/Musée d'Orsay, RMN-Grand Palais/divulgação 

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A temporada de grandes mostras da cidade já está aberta. Depois de traçar um panorama da pintura de paisagem nas Américas e se aprofundar na obra de Tim Burton e Mondrian, a agenda cultural paulistana receberá, este ano, a 32ª Bienal de São Paulo e exposições de nomes de peso, como Pablo Picasso, Alfredo Volpi e Frida Kahlo. Dentro desse calendário, a próxima inauguração é no CCBB, com criações dos principais nomes do Pós-impressionismo.

Com acervo dos museus d'Orsay e de l'Orangerie, de Paris, O Triunfo da Cor, que já passou pela Fundação Mapfre da Espanha, reúne 75 obras. O foco é a produção de 32 artistas que se dedicaram a ampliar os preceitos e pesquisas de técnicas de pintura de seus antecessores impressionistas. Em uma curadoria conjunta entre Pablo Jimenez Burillo, da Fundação Mapfre, e Guy Cogeval e Isabelle Cahn, do Museu d'Orsay, a seleção reuniu trabalhos de artistas consagrados, como Monet, Cézanne, Gauguin e Van Gogh.

Cunhado pelo crítico inglês Roger Fry, o termo pós-impressionismo engloba um grupo pouco homogêneo de artistas. Nesse sentido, a mostra apresenta a diversidade da produção do período dividida em quatro módulos. A seguir, o Divirta-se mostra um pouco do que você encontrará em cada um deles. Também apresentamos as principais exposições previstas em museus e espaços culturais da cidade.

ONDE: CCBB. R. Álvares Penteado, 112, Centro, 3113-3651. QUANDO: 9h/21h (fecha 3ª). Inauguração: 4ª (4). Até 7/7. QUANTO: Grátis.

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Análise: a alvorada da modernidade

Ao contrário do impressionismo, que tem data de nascimento (1874, ano da primeira exposição do grupo), o pós-impressionismo, a rigor, nem pode ser visto como um movimento, considerando as diferenças entre os artistas agrupados como tal, atuantes na década de 80 do século 19. Objetivos comuns, contudo, podem ser identificados nos vários subgrupos que a exposição do CCBB destaca, como uma atitude anti-ilusionista diante da realidade tridimensional ou do conteúdo narrativo dos impressionistas.

A história da arte consagrou o professor de arte inglês Roger Fry como o homem que cunhou o termo pós-impressionismo, usado como título de uma exposição organizada por ele em Londres, em 1910. Fry, mais tarde, desculpou-se pelo uso indevido do termo. De qualquer modo, já em 1895, um dos pós-impressionistas, Maurice Denis, sentia a necessidade de um novo rótulo para os nabis e os neoimpressionistas, que levaram o público a identificar certas semelhanças estilísticas entre eles - cores fortes, formas lineares simplificadas - e um parentesco com os pintores impressionistas. Antonio Gonçalves Filho

 Foto: Estadão

Foto: Patrice Schmidt/Musée d'Orsay, Dist. RMN-Grand Palais/divulgação

Ciência das cores Em um primeiro módulo, a exposição do CCBB explora as influências da pesquisa de cores do químico francês Michel Eugene Chevreul e do pontilhismo na pintura neoimpressionista. Nesta seleção, estão obras como a pintura acima, de uma série de Léo Gausson (1860-1944), e 'A Italiana', de Vincent van Gogh, feita em 1887 - época em que o artista holandês teve contato com a pintura parisiense e passou a adotar uma paleta de cores mais viva.

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Gauguin e Bernard No segundo módulo da mostra, o ponto central são as pesquisas de Paul Gauguin (1848-1903) e Émile Bernard (1868-1941), nas quais a pintura se caracteriza por silhuetas e contornos bem definidos. Além de obras dos dois artistas, a seção também engloba outros nomes - entre eles, Paul Sérusier (1864-1927), com telas como 'A Luta Bretã', feita nos anos 1890.

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Os Nabis Paul Sérusier (1864-1927) foi uma das principais referências dentro do grupo dos Nabis. Diferentes entre si, esses artistas se uniam para empreender uma pintura rica em simbolismos - e também sofreram influência das pesquisas de Gauguin. Nesta ala, estão representantes como Aristide Maillol (1861-1944) e Maurice Denis (1870-1943).

Livre desdobramento No último módulo, foram selecionadas criações principalmente do final do século 19. Lá, é possível ver a pintura 'Mulheres do Taiti', 1891, feita por Gauguin durante sua viagem ao Taiti. Também será contemplada a última fase do trabalho de Claude Monet (1840-1926), com a tela 'Salgueiro-chorão', e a arte de Paul Cézanne (1839-1906). Para fechar a exposição, estará exposta uma obra de Henri Matisse (1869-1954).

 

Além da mostra no CCBB, a agenda paulistana incluirá outras inaugurações importantes nos próximos meses. Entre os destaques, estão obras de Picasso e a 32ª Bienal de São Paulo

INSTITUTO TOMIE OHTAKE Em maio, o Instituto Tomie Ohtake volta a visitar as vanguardas modernistas e hospeda o acervo do Museu Nacional Picasso, de Paris. Picasso: Mão Erudita, Olho Selvagem, sob a curadoria de Emilia Philippot, da instituição francesa, percorre a produção do cubista espanhol por meio de 153 peças - sendo 34 pinturas, 42 desenhos, 20 esculturas e 20 gravuras, além de fotografias, fotogramas e vídeos. Dispostas em ordem cronológica, elas percorrem desde sua formação até a maturidade criativa, que inclui a pintura 'Guernica', abordada na mostra por meio de estudos e fotografias. Inauguração: 22/5.

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 Foto: Estadão

Foto: divulgação

MIS Em outubro, Frida Kahlo volta a ser destaque na capital. Depois de passar pelo Museu Oscar Niemeyer, de Curitiba, em 2014, Frida Kahlo - Suas Fotos estará no MIS. A mostra reunirá 50 fotografias da mexicana, que pertenciam a seu arquivo pessoal. Ainda no segundo semestre, o museu também recebe uma exposição sobre a série Jornada nas Estrelas (Star Trek). A montagem será uma parceria com o colecionador Sidnei Tricarico, que possui 5 mil objetos sobre o tema. Inauguração: outubro.

32ª BIENAL DE SÃO PAULO 2016 é ano de Bienal. Sob a curadoria de Jochen Volz, a 32ª edição da mostra terá o título Incerteza Viva. Até o momento, já foram confirmados mais de 50 artistas e coletivos de cerca de 30 países. Entre os nomes, estão o francês Pierre Huygue, a belga Francis Alys e os brasileiros Gilvan Samico (1928-2013), Erika Verzutti e Dalton Paula (premiado na SP-Arte). Antes disso, em junho, haverá um seminário sobre o projeto 'Dias de Estudo', que tem levado artistas da Bienal a países como Gana e Chile. Inauguração: 10/9.

PINACOTECA Depois da mostra 'Paisagem nas Américas', a instituição recebe, em junho, 120 obras do expressivo acervo da Fundação Helga de Alvear, de Cáceres, na Espanha. Com curadoria de Ivo Mesquita e José Augusto Ribeiro, a exposição será mais voltada à arte contemporânea, mas também exibirá criações de nomes importantes da arte moderna - como Wassily Kandinsky, Marcel Duchamp e Josef Albers. Mais tarde, em novembro, a Pinacoteca também organiza uma grande mostra sobre a artista mineira Ana Maria Tavares. A curadoria é assinada por Fernanda Pitta. Inauguração: 25/6.

 Foto: Estadão

Foto: Sergio Guerini/divulgação

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MAM Depois de homenagear Alberto da Veiga Guignard em 2015, o Museu de Arte Moderna (MAM) abordará a carreira de Alfredo Volpi (1896-1988). Com inauguração marcada para junho, a mostra Volpi - Pequenos Formatos está sob curadoria de Aracy Amaral e Paulo Portella Filho, que reuniram 74 obras do artista. Entre pinturas, desenhos e azulejos, as criações pertencem ao acervo do colecionador Ladí Biezus. Dos anos 1930 até a década de 1970, as peças percorrem diferentes períodos da obra de Volpi - desde as influências iniciais do impressionismo até as famosas criações com bandeirinhas e ogivas. Inauguração: 20/6.

MAC-USP Com um dos acervos de arte contemporânea mais expressivos da América Latina, o museu planeja apresentar sua coleção na série de mostras Visões da Arte no Acervo do MAC-USP. Sem data definida, elas devem ser inauguradas no segundo semestre. Outro destaque da agenda: no dia 13/8, o MAC receberá uma grande retrospectiva do artista paulistano Alex Flemming. Ainda este ano, também está prevista uma exposição individual de Gustavo Von Ha.

MASP O museu continua a relembrar sua história com uma revisão de A Mão do Povo Brasileiro, de 1968. Uma das primeiras exposições feitas na sede atual do Masp, teve curadoria da própria Lina Bo Bardi, que propôs abordar a diversidade da cultura brasileira. A nova mostra está marcada para setembro. Pouco antes disso, no dia 11/8, será inaugurada 'Portinari Popular' - que reunirá 50 obras do artista, com uma expografia que remonta ao projeto de Lina para a mostra 'Cem Obras-primas de Portinari', de 1970. Inauguração: 1º/9.

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