Como tem sido a convivência entre vocês, depois de tanto tempo separados?
Tem sido maravilhoso. A gente ri muito, se diverte conversando e relembra todas as alegrias que vivemos. Apesar de termos vivido em um tempo de repressão, temos histórias muito engraçadas. Saímos pra jantar e comemos comidas orgânicas, como a gente sempre quis. Essa atmosfera gostosa reativa o 'neurônio Novos Baianos', o 'Neurônio NB'. O clima continua o mesmo dos anos 1970.
Esse show é a oportunidade de uma geração jovem ver pela primeira vez o grupo junto. Qual é a relação de vocês com esse público?
No início dos anos 1970, muita gente não entendia nossa proposta. Nós sabíamos que as coisas no Brasil iriam mudar e que o futuro seria lindo. 'Acabou Chorare' representa isso. Depois de morarmos em um apartamento em Botafogo, mudamos para um sítio em Jacarepaguá e dividimos tudo. Tínhamos pé de laranja, de carambola, era tudo natural e ninguém se preocupava com dinheiro. As pessoas começaram a entender que nosso trabalho era bom, trazíamos algo positivo e isso foi levado de pai pra filho. Colocamos a arte em primeiro lugar, ressaltando sempre a importância do amor e da amizade. Os jovens sentem essa vibração, há uma filosofia de vida ali.
Vocês promoveram uma fusão de estilos no 'Acabou Chorare' que não tinha sido feita até então. Qual o papel de João Gilberto nessa mistura?
Tudo começou com ele, que era amigo de Galvão. Ele que nos ensinou 'Brasil Pandeiro'. Mas cada um era de uma cidade diferente e trazia sua própria referência. O mais importante era mergulhar nas nossas raízes, sem forçar nada. Certa vez, Paulinho da Viola mandou um cavaquinho para Pepeu e ele começou a brincar - decidimos ensaiar chorinhos. E tudo com um pique pop, bem rock'n'roll. Queríamos algo consistente, para sempre.
Já existe algum plano de gravar CD e DVD ao vivo ou de fazer músicas inéditas?
Por enquanto, iremos fazer os shows em São Paulo, Rio e Belo Horizonte. Mas esse retorno tem sido tão bom que já estamos pensando em estender a turnê para gravar um CD e um DVD com, pelo menos, duas músicas inéditas. Não há nada fechado nesse sentido ainda, estamos namorando a ideia. Tudo pode acontecer.
ONDE: Citibank Hall (3.873 lug.). Av. das Nações Unidas, 17.955, S. Amaro, 2846-6010.
QUANDO: Hoje (12) e sáb. (13), 22h30.
QUANTO: R$ 200/R$ 560. Cc.: todos. Cd.: todos.