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Divirta-se

Novos Baianos retornam com turnê 'Acabou Chorare'

Bastou apenas um álbum para que os Novos Baianos definissem seu espaço na música do Brasil. 'Acabou Chorare' (1972), sucessor de 'É Ferro na Boneca' (1970), é o resultado do contato de Baby do Brasil, Luiz Galvão, Moraes Moreira, Paulinho Boca de Cantor, Pepeu Gomes e agregados com um artista que havia revolucionado a canção popular: João Gilberto. Faz todo sentido que o disco icônico batize esta turnê de retorno, 17 anos após o fim de 'Infinito Circular', que também marcava o reencontro da banda extinta no fim dos anos 1970. Depois de uma apresentação especial para reinaugurar a Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador, eles decidiram seguir pelo País. Em entrevista ao Divirta-se, Baby do Brasil fala sobre a retomada do convívio com os companheiros, analisa o impacto do trabalho do grupo e promete surpresas.

Por Renato Vieira
Atualização:

 Foto: Dario Zalis/Div.

Como tem sido a convivência entre vocês, depois de tanto tempo separados?

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Tem sido maravilhoso. A gente ri muito, se diverte conversando e relembra todas as alegrias que vivemos. Apesar de termos vivido em um tempo de repressão, temos histórias muito engraçadas. Saímos pra jantar e comemos comidas orgânicas, como a gente sempre quis. Essa atmosfera gostosa reativa o 'neurônio Novos Baianos', o 'Neurônio NB'. O clima continua o mesmo dos anos 1970.

Esse show é a oportunidade de uma geração jovem ver pela primeira vez o grupo junto. Qual é a relação de vocês com esse público?

No início dos anos 1970, muita gente não entendia nossa proposta. Nós sabíamos que as coisas no Brasil iriam mudar e que o futuro seria lindo. 'Acabou Chorare' representa isso. Depois de morarmos em um apartamento em Botafogo, mudamos para um sítio em Jacarepaguá e dividimos tudo. Tínhamos pé de laranja, de carambola, era tudo natural e ninguém se preocupava com dinheiro. As pessoas começaram a entender que nosso trabalho era bom, trazíamos algo positivo e isso foi levado de pai pra filho. Colocamos a arte em primeiro lugar, ressaltando sempre a importância do amor e da amizade. Os jovens sentem essa vibração, há uma filosofia de vida ali.

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O grupo nos anos 1970. Foto: Divulgação

Vocês promoveram uma fusão de estilos no 'Acabou Chorare' que não tinha sido feita até então. Qual o papel de João Gilberto nessa mistura?

Tudo começou com ele, que era amigo de Galvão. Ele que nos ensinou 'Brasil Pandeiro'. Mas cada um era de uma cidade diferente e trazia sua própria referência. O mais importante era mergulhar nas nossas raízes, sem forçar nada. Certa vez, Paulinho da Viola mandou um cavaquinho para Pepeu e ele começou a brincar - decidimos ensaiar chorinhos. E tudo com um pique pop, bem rock'n'roll. Queríamos algo consistente, para sempre.

Já existe algum plano de gravar CD e DVD ao vivo ou de fazer músicas inéditas?

Por enquanto, iremos fazer os shows em São Paulo, Rio e Belo Horizonte. Mas esse retorno tem sido tão bom que já estamos pensando em estender a turnê para gravar um CD e um DVD com, pelo menos, duas músicas inéditas. Não há nada fechado nesse sentido ainda, estamos namorando a ideia. Tudo pode acontecer.

ONDE: Citibank Hall (3.873 lug.). Av. das Nações Unidas, 17.955, S. Amaro, 2846-6010.

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QUANDO: Hoje (12) e sáb. (13), 22h30.

QUANTO: R$ 200/R$ 560. Cc.: todos. Cd.: todos.

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