Foi possível chegar aos vencedores utilizando-se a seguinte regra de pontuação: o voto para 1º lugar vale 3 pontos; para 2º lugar, dois pontos; e para 3º lugar, 1 ponto. Nas situações em que duas atrações alcançaram a mesma pontuação, utilizou-se como critério de desempate o número de vezes que os jurados mencionaram as candidatas. Se ainda assim, o empate persistir, os candidatos dividem o pódio. Este também foi o ano de estrearmos a enquete com o público. Os leitores votaram pela internet até o dia 21/12. Confira a seguir os vencedores.
FILMES INTERNACIONAIS
1º Vício Inerente
2º As Mil e Uma Noites, Vol. 1; O Pequeno Quinquin; American Sniper; O Clã
3º Nostalgia da Luz; Mad Max: Estrada da Fúria
ANDREA ORMOND, crítica do site 'Cinética'
1º: O Clã "Uma obra-prima sobre a psicopatia de algumas relações familiares."
2º: Vício Inerente "Paul Thomas Anderson conseguiu o impossível: adaptar um livro de Thomas Pynchon para o cinema."
3º: Enquanto Somos Jovens "Olhar pessimista e veraz sobre a geração que hoje está na faixa dos 40 anos."
LUIZ CARLOS MERTEN, crítico do 'Caderno 2'.
1º: American Sniper "A reinvenção de John Ford, a tragédia de 'Rastros de Ódio' transposta para o Iraque."
2º:Mad Max: Estrada da Fúria
"O futuro distópico numa ação operística, e com uma heroína protofeminista: Furiosa."
3º: No Coração do Mar "O antagonismo do capitão e do imediato é puro John Ford."
LUIZ ZANIN ORICCHIO, crítico 'Caderno 2'
1º: O Pequeno Quinquin
"Tom cômico e irônico, porém tratando de assuntos, no final, muito duros."
2º: Nostalgia da Luz
"Guzmán une o sentido cósmico da reflexão sobre o universo à tragédia política de seu país."
3º Winter Sleep "Em tom checkoviano, Ceylan faz um retrato mordaz das diferenças de classe."
RAFAEL ABREU, repórter de cinema do 'Divirta-se'
1º: As Mil e Uma Noites, Vol. 1
"Riso, absurdo e tristeza reinam nas narrativas em meio a uma crise implacável."
2º: Vício Inerente "Na tela, a mesma onda do detetive viciado: uma viagem lisérgica, elegante e suntuosa."
3º: Jauja
"Colonialismo e misticismo se confundem no deserto explorado por um capitão dinamarquês."
VOTO POPULAR: Birdman.
FILMES NACIONAIS
1º: Que Horas Ela Volta?
2º: Campo de Jogo
3º : Chatô; Casa Grande
ANDREA ORMOND, crítica do site 'Cinética'
1º: Casa Grande
"Um dos melhores filmes sobre a problemática juvenil já feitos no país. O 'Marcelo Zona Sul' do século 21."
2º: Que Horas Ela Volta?
"O filme tem defeitos, mas com o mérito de discutir feminismo e inserção social de forma inventiva."
3º: Branco Sai, Preto Fica "A originalidade de Adirley Queirós provoca um bizarro mal estar."
LUIZ CARLOS MERTEN, crítico do 'Caderno 2'.
1º: Chatô. "Para se entender o Brasil, ontem e hoje, o último grande filme tropicalista."
2º: A Hora e a Vez de Augusto Matraga
"João Miguel é a própria encarnação do espírito roseano."
3º: Campo de Jogo "O Brasil e seu cinema cabem num campo de futebol de várzea."
LUIZ ZANIN ORICCHIO, crítico 'Caderno 2'
1º: Que Horas Ela Volta?
"Discute a nova relação entre domésticas e patroas num país que tem horror a mudanças"
2º: Campo de Jogo "O filme nos traz, de maneira plástica e contundente, a prática do futebol amador."
3º:Orestes
"O diretor procura mostrar como os crimes do passado se atualizam nos crimes do presente."
RAFAEL ABREU, repórter de cinema do 'Divirta-se'
1º: Que Horas Ela Volta?
"Um filme necessário que se sustenta tanto em forma quanto em conteúdo."
2º: Ausência "Abandono e carência se articulam no filme mínimo, de sentimento e beleza máximos."
3º: Sangue Azul "A exuberância do longa sobre um romance incestuoso não se resume ao cenário." VOTO POPULAR: Que Horas Ela Volta?
MELHORES EXPOSIÇÕES
Mostra 'Kandinsky: Tudo Começa num Ponto' ocupou o CCBB. Foto: Felipe Rau/Estadão
1º: Kandinsky: Tudo Começa num Ponto
2º: A Paisagem na Arte: 1690-1998
3º: Nelson Felix - OOCO
ANTONIO GONÇALVES FILHO, crítico do 'Caderno 2'
1º - A Paisagem na Arte. Um panorama completo que permitiu entender a evolução do paisagismo na Grã-Bretanha.
2º - Kandinsky. Trouxe obras raras, inclusive pinturas figurativas, antes do advento da abstração em sua arte.
3º - Paulo Pasta. Com suas paisagens, ele provou que é possível seguir a tradição sem ser conservador.
CAMILA MOLINA, repórter do 'Caderno 2'
1º - Nelson Felix. Oportunidade de adentrar nos processos criativos de um dos maiores artistas brasileiros.
2º - 34º Panorama da Arte Brasileira. A mostra é destemida reflexão sobre passado e presente através do confronto.
3º - Frida Kahlo. As artistas mostraram que não se dobraram ao machismo e às adversidades da época.
CELSO FILHO, repórter do 'Divirta-se'
1º - Kandinsky. Com uma expografia didática, percorre as influências do pintor e sua jornada à Abstração.
2º - A Paisagem na Arte. Não é todo dia que se tem acesso ao acervo de uma instituição como a Tate.
3º - Nelson Felix. A curadoria selecionou obras emblemáticas para entender a carreira do artista.
ENOCK SACRAMENTO, crítico e curador de arte
1º - Sergio Camargo. Sua obra escultórica é um dos acontecimentos mais significativos da arte brasileira no século 20.
2º - Frida Kahlo. A mostra também exibiu outras artistas de qualidade do México, permitindo a comparação e a reflexão.
3º - Kandinsky. Permitiu uma fruição amigável da obra de um dos pilares da modernidade mundial.
VOTO POPULAR: Variações do Corpo Selvagem: Eduardo Viveiros de Castro
GASTRONOMIA
Jefferson Rueda em meio às 'obras-primas' de sua nova A Casa do Porco (Foto: Nilton Fukuda/Estadão)
1º - A Casa do Porco
2º - Tête à Tête
3º - Carlos Pizza
JOSÉ ORENSTEIN, crítico do 'Paladar'
1º - A Casa do Porco. O Centro muda com a casa. Original, bom astral e o principal: ótima comida (o problema é a espera).
2º - Tête à Tête. Alta gastronomia na melhor acepção do termo. Dos drinques à sobremesa, tudo é muito bem cuidado.
3º - Carlos Pizza. Pizza é, primeiro, massa e molho - que, no Carlos, recebem a devida atenção.
LUCINÉIA NUNES, repórter do 'Divirta-se'
1º - A Casa do Porco. O chef acerta em cheio. Ambiente sem frescura e comida primorosa, dos sanduíches aos pratos.
2º - Tête à Tête. Produtos pinçados com rigor e técnica apurada são embalados com delicadeza em pratos saborosos.
3º - Petí. Comida bem-feita, criativa e, o melhor, a um preço que não esfola o bolso.
OLÍVIA FRAGA, editora da revista 'Casa e Comida'
1º - A Casa do Porco. Jefferson Rueda brilha em seu próprio hábitat, refinando o porco como ingrediente.
2º - Tête à Tête. A reestreia da alta gastronomia do chef Gabriel Matteuzzi era aguardada há anos.
3º - Carlos Pizza. Uma casa de pizzas diferente, novidadeira, para tirar o clássico paulistano da monotonia.
PATRÍCIA FERRAZ, editora do 'Paladar'
1º - A Casa do Porco. A melhor inauguração do ano pela comida, proposta ousada e aposta na revitalização do Centro.
2º - Manioca. Combina clássicos do Maní com pratos exclusivos, em ambiente charmoso e anexo à Livraria Cultura.
3º - Più. Comida italiana artesanal feita por chef talentoso e a bons preços. Resultado: difícil conseguir lugar.
VOTO POPULAR: Petí
SHOWS INTERNACIONAIS
David Gilmour e Iggy Pop dividem topo do pódio de shows internacionais
Foto David Gilmour: JF Diorio/Estadão. Foto Iggy Pop: Gabriela Biló/Estadão
1º: David Gilmour; Iggy Pop 2º: Pearl Jam 3º: Foo Fighters; Shai Maestro Trio
JOÃO PAULO CARVALHO, repórter do 'caderno 2'
1º: David Gilmour Os acordes, os riffs e os solos do britânico foram feitos com o coração para mais de 80 mil pessoas. 2º: Foo Fighters Nenhum outro grupo na atualidade tem o carisma e a intensidade do quinteto. 3º: Rod Stewart Com sua voz rouca e inigualável, o cantor veio ao Brasil com tudo o que tinha direito
JOSÉ NORBERTO FLESCH, editor de Diversão & Arte do 'Destak'.
1º: David Gilmour Seu show era uma das páginas que faltavam na história do show business nacional. 2º: Pearl JamAinda é uma das melhores bandas dos anos 1990 quando o assunto é apresentação ao vivo. 3º: Kiss Após 40 anos de sua fundação, o grupo consegue virar as costas para o comodismo.
MARCELO COSTA, editor do site 'Scream & Yell'.
1º: Iggy Pop Com apenas 20 minutos de duração - e quatro clássicos na sequência - já era o show do ano.
2º: Shai Maestro Trio. De Israel, eles foram um dos pontos altos do projeto Jazz na Fábrica, no Sesc Pompeia.
3º St. Vincent. Atração do Lollapalooza, trouxe modernidade, esquisitice pop e muito charme.
PEDRO ANTUNES, repórter do 'Caderno 2'.
1º: Iggy Pop. É como entrar no ringue diante de Mike Tyson com a guarda alta e ser nocauteado.
2º: Pearl Jam. Depois do atentado no Bataclan, em Paris, o mundo precisava de 'Imagine', de John Lennon.
3º: Chemical Brothers. Com o duo no palco, a casa se fechou do mundo. Nada importava lá fora.
Voto popular: Foo Fighters
SHOWS NACIONAIS
Elza Soares interpreta inéditas no CD/show 'A Mulher do Fim do Mundo. FOTO: Divulgação
1º: Elza Soares 2º: Gal Costa 3º: Caetano Veloso e Gilberto Gil; Cidadão Instigado
JULIO MARIA, repórter do Caderno 2
1º: Caetano Veloso e Gilberto Gil O encontro memorável vale por mostrar onde ambos se cruzam e se distanciam.
2º: Elza Soares. A verdade de Elza, pelas ideias do baterista Guilherme Kastrup, varreu o ano com um projeto espetacular.
3º: Erasmo Carlos. Com seu show de lados B, ele toca tudo o que fez de melhor, sobretudo nos anos 1970.
PATRÍCIA PALUMBO, apresentadora do programa de rádio 'Vozes do Brasil'
1º: Elza Soares Elza está forte como nunca e o discurso é contundente. Trabalho primoroso de Guilherme Kastrup.
2º: Gal Costa Roteiro muitíssimo bem escolhido entre clássicos do pop nacional e o repertório do novo disco.
3º: Karina Buhr Banda poderosa, roqueira e viril com a cantora mais engajada e feminista à frente
RENATO VIEIRA, repórter do Divirta-se
1º: Elza Soares A emoção de uma voz que, sentada em um trono, pede: 'me deixem cantar até o fim'.
2º: Gal Costa Fatal. Profana. Plural. Adjetivos presentes em 'Estratosférica', mais um sopro de sua vitalidade.
3º: Emicida O auge de um artista, que parece cada vez mais consciente de seu poder de comunicação.
ROBERTA MARTINELLI, apresentadora do 'Cultura Livre', da Rádio e TV Cultura
1º: Cidadão Instigado O show do álbum 'Fortaleza' é forte e denso pela potência dos cinco integrantes do grupo.
2º: Elza Soares O encontro perfeito de Elza com músicos e compositores que fazem a música de hoje (e de sempre).
3º: Mariana Aydar Com seu canto cada vez mais bonito, a intérprete deu voz a canções de Nuno Ramos.
TEATRO
Em 'Br-Trans', Silvero Pereira costura as realidades do nordeste e do sul (Foto: divulgação)
1º - Br-Trans
*Não tivemos 2º e 3º lugares
Leandro Nunes, repórter do 'Caderno 2'
1º - Br-Trans. O corpo dinâmico e a voz de Silvero Pereira evocam o drama de travestis e transexuais a partir de entrevistas.
2º - Na Selva das Cidades. A pesquisa da obra de Brecht desemboca em uma imersão pela cidade de São Paulo.
3º - Mantenha Fora do Alcance do Bebê. Despeja as vulnerabilidades de uma mulher vítima de seu próprio tempo.
Maria Eugênia de Menezes, editora do 'Divirta-se' e crítica do 'Caderno 2'
1º - Br-Trans. Silvero Pereira é um artista na verdadeira acepção da palavra. Construiu uma obra tocante, radical, urgente.
2º - Galileu Galilei. O encontro do ano. Como Cibele Forjaz fez bem a Denise Fraga. Como Denise Fraga fez bem a Cibele Forjaz.
3º - Ãrrã. Um texto fresco e inventivo nas mãos dos maiores atores dessa geração: Thiago Amaral e Luciana Paz.
Welington Andrade, crítico e editor da revista 'Cult'
1º - Mistérios Gozosos. Experiência erótico-política em forma de culto, dramatização e festa; rito jubiloso e orgiástico.
2º - Vendo Gritos e Palavras. Denise Stoklos: um corpo eloquente, e uma loquacidade, rara, impregnada de politicidade sensível.
3º - Caesar - Como Construir um Império. O dialogismo político como uma arte suscetível a embates e paixões.
Ruy Filho, crítico e editor da revista 'Antropositivo'
1º - Puzzle D. Encontro entre grandes artistas de diversas áreas, em uma obra poética-política singular.
2º - Abnegação II. Investiga nossa construção política-social, sem proteger-se por ideologias ou saídas fáceis.
3º - O Narrador. Inteligente olhar sobre o desaparecimento do narrador, proposto por Walter Benjamin.
VOTO POPULAR: Br-Trans
TEATRO INFANTIL
Da Cia. Circo Mínimo, 'Simbad, o Navegante' estreou no Sesc Pompeia. Foto: Paulo Barbuto/divulgação
1º: Simbad, o Navegante
2º: Já Pra Cama!
3º: Mas Por Quê??! A História de Elvis
BEATRIZ ROSENBERG, crítica de teatro infantil e diretora de TV
1º - Mas Por Quê??! A História de Elvis.Vida e morte, passado e presente se juntam a lindas canções.
2º - Simbad, o Navegante. A remota aventura árabe encontra a linguagem mais atual do teatro infantil moderno.
3º - Antes do Dia Clarear. Dois fantasmas descem à terra para encantar crianças e adultos.
DIB CARNEIRO NETO, dramaturgo e crítico do site da 'Crescer'
1º - Já pra Cama! Empatia incrível e um duelo musical entre dois grandes, Daniel Maia e Dr. Morris.
2º - Simbad, o Navegante. Bambus engenhosos fazem a festa e nos enredam em uma aventura contagiante.
3º - Cinderela Lá Lá Lá. Adaptação hilária, com boa paródia ao mundo da moda e das celebridades.
FERNANDA ARAUJO, professora, pesquisadora e jornalista
1º - Já Pra Cama! É o exemplo de combinação: cenário criativo, trilha sonora de qualidade e encenação competente.
2º - Viagem ao Centro da Terra. A diversidade de recursos enriquece a aventura e hipnotiza a plateia.
3º - Simbad, o Navegante. O uso do bambu na construção da cenografia instiga a imaginação das crianças.
LINA BROCHMANN, fundadora do site 'Bora.ai'
1º - Simbad, o Navegante. Produção incrível da Cia. Circo Mínimo para o conto de 'As Mil e Uma Noites'.
2º - Canção dos Direitos da Criança. O musical ganhou montagem com atores e produção de primeira.
3º - Mas Por Quê??! A História de Elvis. Um roteiro sensível e tocante, com canções do rei do rock.
VOTO POPULAR: Era Uma Era