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Divirta-se

Melhor filme em Brasília, 'Big Jato' é baseado em livro de Xico Sá

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Por Redação Divirta-se
Atualização:

Big Jato, adaptado de um romance 'semi-autobiográfico' de Xico Sá, abre novas perspectivas na obra de Claudio Assis. Ele é duro e poético, como sempre. Mas tempera um pouco a sua estética brutalista, expressa, em especial, em 'Baixio das Bestas' e 'Febre do Rato'. Encontra um frescor, uma liberdade poética e narrativa incríveis.

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Nele, conta-se a história do adolescente cujo pai é o dono do caminhão limpa-fossas que dá título ao livro e ao filme - premiado com o troféu principal do Festival de Brasília no ano passado. De forma literal, o Velho (Matheus Nachtergaele) sustenta a família com a limpeza das latrinas da vizinhança. O filho e ajudante é o alterego de Xico Sá, vivido por Artur Maia. Acompanha o pai na labuta diária e sonha em ser poeta. Fezes e poesia - os termos poderiam ser antinômicos mas estão lá, interligados.

O pai odeia a aspiração do rapaz. Mas há um outro na história, o Tio Nelson (interpretado também por Nachtergaele), o oposto do irmão. Radialista, boêmio, anarquista, amante dos Beatles e mentor intelectual do sobrinho. Completa o quadro familiar a figura cálida da mãe, vivida por uma Marcélia Cartaxo em estado de graça.

O filme é isso: a busca de si mesmo em ambiente áspero. A ternura e a violência se mesclando em um terreno árido que já foi mar. Esta é apenas mais uma das metáforas que constroem este belo e humano filme - obra de um Claudio Assis mais maduro, e rebelde como sempre. Luiz Zanin Oricchio

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