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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

Wanderley Nunes se prepara para expôr fotos em Nova York

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Por Sonia Racy
Atualização:

 Foto: Arquivo pessoal

Wanderley Nunes já expôs no Museu do Louvre, ano passado, e agora se prepara para mostrar seu trabalho em uma galeria de Nova York, mantida em segredo. Não, não se trata de exposição de cabelos, e sim de fotos. Cabeleireiro, fotógrafo e entusiasta da gastronomia, Wanderley se entrega de corpo e alma às três tarefas, mas não esconde sua grande paixão: os cabelos. "Não largo o salão, sou fiel às minhas clientes que me seguem há anos". Confira a conversa com a coluna a seguir.

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Você é multitask. Além de cabeleireiro consagrado, está se tornando um fotógrafo bem sucedido e também cozinha. Como consegue achar tempo para se dedicar aos negócios? A partir do momento que eu e minha equipe entendemos que o salão é uma empresa, consegui me organizar melhor. Começamos investir na educação dos profissionais e estou muito mais disposto, disponível e confiante para inventar alternativas, como a fotografia, que é meu hobby.

Mas esse hobby está virando uma segunda profissão. Pensa em se dedicar só a fotografia daqui há um tempo? Agora tenho mais tempo para me dedicar à fotografia, à culinária, mas não largo o salão, tenho comprometimento com minhas clientes que me seguem há anos. Trabalho 12 horas por dia fazendo cabelo.

Se hoje trabalha 12 horas, antes trabalhava quanto tempo? Ah, antes eram 18 horas por dia. Entrava no salão às sete da manhã e saia meia-noite.

Só para dormir? Na verdade, dormia pouquíssimo. Cheguei até a desenvolver síndrome do pânico, porque ninguém aguenta esse ritmo, né. Foi nessa época que comecei a investir mais nos meus profissionais. Mudou minha vida.

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E quando acha tempo para fotografar? Fim de semana acordo cedo e vou fotografar. Para a minha nova série, que será sobre flores, chego no Ceasa às sete da manhã, compro um arsenal de flores e vou fotografando ao longo do dia.

Já tem data para sua próxima exposição? Estamos fechando com uma galeria em NY, onde pretendo começar a vender minhas obras. Tenho fotos espalhadas pela casa de muitos amigos queridos, como a Gisele Bündchen e sua família, o Kaká, Edson Celulari, Claudia Raia, Jô Soares.

E a gastronomia, como entrou em sua vida? Vendia sonho e coxinha quando era pequeno. Quando fiz dez anos, minha mãe me colocou para entregar as marmitas que ela preparava. Sempre vi minha mãe cozinhar.

Hoje abre sua casa para aulas de culinária. Como é isso? Estamos fazendo aulas toda semana, geralmente às terças, dia que saio mais cedo do salão. Recebo chefs renomados para cozinhar para grupos fechados.

E esses grupos são formados por suas clientes? Eu crio grupos. Já tenho até patrocinador. Transformei minha casa em um estúdio fotográfico e culinário. Uso a parte de cima para dormir e a de baixo é só arte.

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Pretende se aposentar dos salões um dia? Espero daqui uns dez anos poder me aposentar, viajar o mundo fotografando e... cozinhando. /SOFIA PATSCH

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