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Por Sonia Racy
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João Pedro Doederlein - mais conhecido como @akapoeta - está desconstruindo um estereótipo da internet: o de que ninguém lê ou está interessado em cultura nas redes sociais. O poeta, autor do Livro Dos Ressignificados cujas vendas bateram 35 mil exemplares, conta hoje com 727 mil seguidores no Instagram. É nesta plataforma que ele posta poemas no "formato de dicionário" - no qual escolhe uma palavra e discorre sobre em forma de versos sobre ela. O escritor conversou com a coluna. Veja os melhores trechos da conversa abaixo. Como começou a se interessar por leitura e poesia? Meu primeiro contato com a poesia foi quando tinha por volta dos onze anos. Meu avô escrevia poemas e me apresentou poemas do Mario Quintana. Fiquei muito fascinado com o ritmo e com a rima. E quando decidiu escrever? Depois de ler Harry Potter. Inicialmente não mostrei para ninguém, depois fiz um Tumblr com meus textos. Mas eram "textões" - contos, crônicas - nada curtos. Depois migrei para o Wordpress e para o Facebook, onde muitas pessoas começaram a acompanhar meu trabalho. O Instagram é uma rede social de fotos. Como teve a ideia de escrever poesias curtas, adaptadas para essa mídia? Depois que eu já tinha 500 mil seguidores no Facebook, por volta de dois anos atrás, decidi começar a brincar com esses poemas. Pensei no formato de dicionário e deu muito certo. Há quem diga as redes sociais são espaços de superficialidade, sem profundidade. Você concorda? Não. Estudo comunicação e penso sobre o "meio" e a mensagem. Cada plataforma tem sua forma própria de conteúdo. Realmente, se você postar um Machado de Assis na íntegra talvez ele não viralize. Por isso é preciso entender o formato e o espaço para cada coisa. Como ficam os direitos autorais uma vez que seu trabalho está solto na rede? Nunca me preocupei com isso. Existem frases minhas que circulam por aí como sendo do Caio Fernando de Abreu e até da Clarice Lispector (risos). Eu estou mais focado na minha produção de conteúdo, em fazer o meu trabalho. O que você está lendo? O livro Mirror Mirror da Cara Delavigne e de poesia, a Rupi Kaur. / MARILIA NEUSTEIN

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