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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

O 'sujeito' oculto não mais tão oculto do Vem Pra Rua

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Por Sonia Racy
Atualização:

Rogério Chequer e Colin Butterfield em lançamento de livro. FOTO: Marina Malheiros/ESTADÃO 

Quem frequentou as manifestações pró-impeachment do Vem Pra Rua em São Paulo deve ter cruzado em algum momento com o "repórter" Nilo Campos. Sempre de peruca colorida, ele era chamado por Rogério Chequer, do alto do caminhão de som, para "entrevistar" manifestantes na avenida Paulista. Nilo era, na verdade, Colin Butterfield,

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diretor-presidente da Radar, do grupo Cosan, um dos maiores conglomerados empresariais do País - e parceiro de Chequer no comando do VPR. Juntos, os dois lançaram anteontem, na Cultura do Conjunto Nacional, o livro Vem Pra Rua: A História do Movimento Popular que Mobilizou o Brasil.

Butterfield foi bolsista da Fundação Estudar, criada por Jorge Paulo Lemann, dono da Ambev. No lançamento apareceram, entre outros, Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e o senador Aloysio Nunes. Embora avesso a entrevistas, Butterfield falou à coluna.

Você esteve sempre nos bastidores do VPR. Por quê? Porque sou executivo de uma grande empresa e achei melhor não aparecer. Como continuo achando, hoje (anteontem) estou aqui por que lancei um livro, expondo meu nome. De fato, sou fundador do Vem Pra Rua desde o começo, mas acabei ficando mais nos bastidores - não havia necessidade de eu aparecer. O Chequer já passava a mensagem com muita propriedade e pensamos igual.

Mas você participava com uma peruca, como repórter... Sim, Colin é "Nilo C" ao contrário. Eu inventei o "Nilo Campos" para não expor meu nome. Eu adoro falar, entrevistar as pessoas, adoro fazer aquele papel, que não me prejudica porque meu nome verdadeiro não era exposto. Foi uma caricatura que eu inventei, um palhaço que estava em todas as manifestações, como um coadjuvante entrevistador do Chequer, que faz tão bem o papel de porta-voz oficial do movimento.

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Há na atual campanha candidatos que saíram do movimento, que se dizia apartidário. Como você vê isso? Todos os candidatos se afastaram do Vem Pra Rua. É uma regra interna muito séria. A gente exigiu que todos os que decidiram sair como candidatos se afastassem do movimento. Nosso suprapartidarismo é levado tão a sério, que a gente exigiu que todos que saíram candidatos, se afastassem do movimento. E todos cumpriram à risca a promessa. E não fazemos propaganda de nenhum deles. /JULIANNA GRANJEIA

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