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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

A tolerância, a violência e o Carandiru

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Por Sonia Racy
Atualização:

Sem querer comentar especificamente a decisão da 4ª Câmara do TJ-SP que anulou ontem o julgamento que condenou os PMs do massacre do Carandiru, André Bezerra, presidente da Associação Juízes para a Democracia, optou por afirmação genérica:

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"A Justiça é tolerante com ações de violências por parte de policiais, especialmente se for contra presos ou acusados de práticas de crime".

Estatística pra esconder

Segundo Bezerra, o Brasil é dos países que mais matam em confrontos policiais, no planeta. "Não tenho dúvida de que decisões que, de alguma forma, proporcionam legitimidade à violência de agentes do Estado colaboram para essa estatística". 

Crítica e castigo

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A coluna procurou vários magistrados para comentarem a anulação. A maior parte lembrou: a juíza Maria Cristina Cotrofe Biasi, presidente do júri que condenou o coronel Ubiratan Guimarães em 2001, foi processada após a sentença ser revertida cinco anos depois.

Por quê? Porque na absolvição do oficial pelo TJ em 2006 ela definiu a decisão como "política" e "injustificável".

Memórias de Fleury

Quem também não quis comentar a decisão foi... Luís Antônio Fleury Filho, governador de SP na época do massacre. "Já falei sobre isso durante 20 anos. Decisão judicial se cumpre, não se comenta", disse à coluna.

Mesmo com a anulação do júri foi mantido, pelos organizadores, o ato em memória dos 24 anos do massacre. Marcado para dia 6, na Praça Metrô Tiradentes.

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